Ao apresentar sintomas, gestante tem que ir imediatamente ao médico
Tratamento rápido é essencial em casos de gripe suína em grávidas
Este receio ficou ainda mais evidente pela baixa adesão à segunda etapa de vacinação contra a gripe suína, focada nas gestantes, em crianças de seis meses a dois anos e doentes crônicos, que precisou ser prorrogada.
Para tirar estas dúvidas, o R7 consultou um obstetra e um infectologista. Assim como o Ministério da Saúde, os especialistas levantam o coro a favor da vacinação de grávidas em qualquer momento da gestação, assim como pelo tratamento com o oseltamivir (Tamiflu) se a gestante apresentar a SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave).
Segundo o ginecologista e obstetra Alexandre Pupo Nogueira, do hospital Sírio-libanês, o primeiro passo da gestante é descobrir se realmente está com a gripe suína. Para isso, deve contar com seu médico obstetra que vai avaliar os sintomas e pedir, se for o caso, exame laboratorial.
- A paciente que apresentar sintomas gripais ou da suína entre imediatamente em contato com seu médico que, a partir daí, vai decidir se vai encaminhar para um serviço para fazer o diagnóstico ou observar, ou se vai encaminhá-la para um infectologista.
De todo modo, o mais indicado é se prevenir. Segundo os médicos, a gestante deve evitar ir a locais com grandes aglomerações durante a gravidez e tomar a vacina contra a gripe. Se antes, a gripe aparecer, não há motivos para pânico, segundo o infectologista.
- Na grande maioria das grávidas o vírus não evolui de forma grave. Por isso não há o que temer.
Tratamento
A Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia) lançou um protocolo de atendimento às gestantes com quadro suspeito de SRAG, no qual explica os procedimentos que devem ser adotados em grávidas doentes.
Um deles explica que se a grávida queixar-se de gripe ou resfriado, o médico que for examiná-la deve usar uma máscara cirúrgica e colocar uma no rosto da paciente. Se ela apresentar febre alta, tosse, dor de garganta e/ou falta de ar, aversão a luz, dores nas articulações e nos músculos, ardência ocular e mal-estar, há indicação do uso do Tamiflu, de 75 mg, de 12 em 12 horas, por cinco dias. Em seguida, deve-se definir a gravidade e necessidade de internação ou não.
Se a febre estiver acima de 38ºC, a pressão baixa, tiver tosse, falta de ar, nível de oxigênio no sangue menor do que 94% e frequência respiratória maior do que 25 movimentos por minuto, o caso é grave e deve-se recorrer a internação. Caso contrário, basta tomar o Tamiflu, ficar em casa de repouso e só retornar ao hospital se sentir piora depois de 48 horas, deve tomar o antibiótico Azitromicina.
A gestante deve usar a máscara mesmo no trabalho de parto e depois do nascimento, manter o uso quando o bebê estiver próximo, assim como manter as mãos lavadas e as roupas trocadas. Durante a internação, pode-se considerar o afastamento do recém-nascido por 48 horas.
O leite materno não é um potencial transmissor. O bebê pode ser alimentado com ele, desde que seja retirado o leite das mamas e dado ao recém-nascido em um recipiente a parte.
Se o bebê estiver infectado, terá de receber os mesmos cuidados para o controle da infecção durante a internação. O Tamiflu só é liberado para pacientes com mais de um ano de idade. Não é recomendado o uso em crianças com menos de três meses.
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