Governo demite araponga da Abin acusado de vazar grampos da Satiagraha
Kluwefoi apontado em uma reunião da corporação pelo general Jorge Armando Felix, ministro de Segurança Institucional, como suposto responsável pelo vazamento de informação de grampo ilegal de conversa entre o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). O general negou ter feito a acusação.
Em sindicância do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Kluwe afirmou que o diretor-geral afastado da Abin Paulo Lacerda fazia relatórios "técnicos-policiais" de interceptações telefônicas e de e-mails na Operação Satiagraha.
A assessoria da Abin afirmou que ele foi demitido após conclusão de um processo disciplinar aberto em 2007, fruto de denúncia de fora da corporação. O resultado das investigações apontaram, segundo a Abin, que Kluwe atuava em favor de "pessoas jurídicas" dentro de órgão público, o que é vetado pela lei 8.112/1990, que dispõe sobre o regime dos servidores públicos da União.
Kluweafirmou que sua demissão "é uma resposta do general [Felix] pelo fato de ter se posicionado contra a participação da Abin na Satiagraha".
Em depoimento à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara, no ano passado, Kluwe disse que a agência gastou cerca de R$ 800 mil na operação da Polícia Federal. Felix e Lacerda confirmaram, em depoimentos no Congresso, participação de agentes da Abin na operação.
A Satiagraha investiga supostos crimes financeiros atribuídos ao banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity e resultou na prisão, em julho de 2008, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (PTB) e do investidor Naji Nahas, além de Dantas. Todos estão soltos.
Kluwepode recorrer da decisão do GSI junto ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), já que sua demissão foi assinada por um ministro de Estado.
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