Indústria de autopeças não acompanha ritmo das montadoras
Para o próximo ano, o saldo negativo deve atingir US$ 4 bilhões. As montadoras devem produzir neste ano 3,39 milhões de veículos, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, segundo a Anfavea (associação das montadoras).
"Mas em termos de produção de peças, não vejo boas perspectivas para a produção local", disse nesta segunda-feira o presidente do Sindipeças, Paulo Butori. De acordo com ele, a combinação entre câmbio apreciado e baixa alíquota de importação cria no setor uma situação de desinvestimento e favorece as importações.
Butori afirma que já há casos de empresas que estão deixando de produzir localmente para começar a importar peças e componentes do exterior. "Estamos vendo isso com maior frequência agora", afirmou.
Segundo ele, o Japão é a principal origem das importações de peças, seguido por Alemanha e Estados Unidos. Mas a Índia e a China têm mostrado mais força como exportadores.
Aço
De acordo com Butori, as usinas siderúrgicas já reajustaram os preços do aço em 12% no começo do mês, como reflexo dos reajustes de até 90% no minério de ferro. Mas o aumento na ponta, para as empresas de peças, é maior.
Butori afirma que esse reajuste foi imposto sobre o preço cheio de tabela, já recomposta a redução de preços provocada durante a crise global.
"Esse foi um aumento real. Será muito difícil repassar isso, o que torna a situação das autopeças muito complicada."
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