No Brasil, Apple avança com computadores
A companhia não atua diretamente no varejo no país. As vendas são feitas por lojas de parceiros comerciais, que vendem produtos da Apple com exclusividade --com exceção da Saraiva. Segundo eles, faz parte da estratégia da Apple ficar entre os cinco maiores em participação na comercialização de computadores, em cinco anos.
Thomas White -7.nov.09/Reuters |
Funcionários da Apple trabalham em loja na França; Apple nasceu como fabricante de computador, mas fez da telefonia seu negócio |
Mesmo vendendo equipamentos acima de R$ 3.000 (valor superior à média dos rivais), seu objetivo é ganhar ao menos 1% de mercado já em 2010, ainda segundo seus parceiros. A Apple não comenta.
"Em algumas lojas, as vendas superaram em 20% as metas", afirma Marcelo Sé, dono da rede MyStore. Ele tem quatro unidades e abrirá outras duas em São Paulo ainda neste ano.
"Nos EUA, ela é a quarta maior do mercado de computadores", diz Germano Grings, vice-presidente da rede Herval, uma das principais varejistas no Sul do país e parceira da Apple nas lojas iPlace. "Aqui, ela também pode ser a quarta."
Na rede Saraiva, o avanço dos computadores Apple não é diferente. "A marca já responde por 20% do faturamento com artigos de informática da rede", afirma Marcílio Pousada, superintendente da Saraiva, que vende Apple em 35 das 93 lojas, mantendo quiosques exclusivos da marca em oito delas.
Na Fast Shop, que possui cinco lojas A2You, as máquinas da Apple já desbancaram os desk --tops da concorrência, segundo a Folha apurou.
Para conseguir mais mercado, a Apple terá necessariamente que expandir o número de lojas. A companhia não revela nem o total das novas unidades nem os locais. A marca também conta com uma loja própria na internet. Desde outubro de 2009, os itens são vendidos com pagamento facilitado, exclusividade do Brasil.
Otimismo exagerado
Analistas estimam que a fatia da Apple no mercado brasileiro de computadores não chega a 2%, o que daria uma média de 50 mil máquinas vendidas por ano. Para atingir 3% de participação em 2010, teria de chegar a 180 mil unidades.
A aposta desses especialistas na Apple é de longo prazo, porque no Brasil o preço ainda é decisivo na hora da compra. "Comparando com ela mesma, a Apple chama a atenção", diz Luciano Crippa, analista do IDC (International Data Corporation). "Mas estamos projetando um mercado que chegará a 12,8 milhões de computadores neste ano, o que dá uma participação pequena comparada aos concorrentes."
Os parceiros da Apple discordam. Para eles, a primeira fase de "propaganda" ocorreu em torno do iPod, do iPhone e, agora, do iPad ("tablet" para leitura de livros digitais, por exemplo). Esses produtos, dizem, abriram portas para que os brasileiros conhecessem os computadores. "O objetivo é quebrar a imagem de que Apple é produto de elite", diz Sé, da MyStore.
Num primeiro momento, a meta é aumentar a participação da Apple entre os consumidores das classes A e B ao trocar suas máquinas que rodam com o sistema Windows pelas da Apple. "Com o parcelamento, já estamos vendendo até para a classe C", diz Sé. Os parceiros da Apple estimam que com 3% de mercado já seria possível nivelar os preços com os da concorrência. "É uma questão de escala", diz Grings, da iPlace.
Editoria de Arte/Folha Imagem | ||
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