Silval terá de se desvincular de peemedebistas presos
A seis meses da eleição, o governador Silval Barbosa (PMDB) começa enfrentar os obstáculos da campanha. Por mais que tente se desvincular do deputado federal Carlos Bezerra, presidente regional do PMDB, ainda está partidariamente ligado a ele e a prisão de quatro peemedebistas durante a Operação Hygeia acabou colocando o chefe do Executivo Estadual no "olho do furacão" e será um "prato cheio" para oposição.
Silval é citado em uma conversa entre o tesoureiro do PMDB, Carlos Miranda e o empresário Valdebran Padilha, na qual o membro do partido atesta que Barbosa lhe dá garantias da liberação de recursos para o “aloprado”, que tenta fazer um empréstimo contando com o dinheiro público.
O governador nega qualquer envolvimento com os acusados e informou que seu nome foi usado sem sua autorização. No entanto, apesar das negativas, além de Miranda outros integrantes do alto escalão do PMDB estão envolvidos no esquema, apontados como responsáveis por direcionar contratos e emendas parlamentares para obras com suspeitas de irregularidades.
Apesar de seu posicionamento sobre as interceptações telefônicas, Silval optou por se calar e não comentar as prisões do secretário-geral do PMDB, Rafael Bastos, o tesoureiro regional Carlos Miranda, e Jose Luís Bezerra, sobrinho do deputado federal Carlos Bezerra, além do coordenador regional da Fundação Nacional de Saúde, Marco Antônio Strangherlin, também ligado à legenda.
Porém, apesar da proximidade de todos os peemedebistas com o cacique do partido, Silval precisa torcer para que alguma medida seja tomada contra os envolvidos e evitar a sensação de impunidade. Na escolha de secretariado e durante a solenidade de posse, Barbosa demonstrou que não deverá dar muita voz a Bezerra, ainda assim, precisará de muito mais para não ser afetado pelos “respingos” da Operação Hygeia.
A ação da Polícia Federal é um prato cheio para o pré-candidato ao governo do estado Wilson Santos (PSDB), que foi “massacrado” na deflagração da Operação Pacenas, que investigou irregularidades nas licitações para obras do Programa de Aceleração do Crescimento. Porém, com o apoio de uma assessoria jurídica eficiente, o tucano conseguiu se livrar do estigma de fraudador, pois além de ter ficado de fora da lista de acusados, a operação foi anulada.
Já Silval não deve ter tanta sorte assim, ainda mais que alguns membros e aliados petistas também foram envolvidos. O governador conta com o PT no arco de aliança e o assunto também irá respingar na coligação. Valdebran Padilha, conhecido como aloprado do PT por tentar comprar o dossiê tucano, está relacionado ao grupo do deputado federal Carlos Abicalil.
Por mais que o parlamentar e presidente do PT em Mato Grosso negue a ligação com Padilha, no partido isto é fato e todos lembram das acusações de caixa 2 feita ao diretório municipal do PT durante a campanha à Prefeitura de Cuiabá em 2004, quando Alexandre César perdeu a disputa no segundo turno para Wilson Santos.
Já Idio Nemésio de Barros Neto está relacionado ao grupo da senadora Serys Slhessarenko e teve o apoio da parlamentar durante a disputa pelo comando do diretório municipal de Várzea Grande. A petista disse que o relacionamento era apenas partidário, mesmo assim, será difícil de explicar.
Por outro lado, a Silval resta “comemorar” o fato dos democratas, ligados à oposição, nada poderem falar nada, já que o ex-prefeito de Santo Antônio de Leverger, Faustino Dias é filiado ao DEM, e além da prisão sob acusação de fraude em licitações, também já foi cassado por compras de votos e perdeu os direitos políticos.
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