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Cidades/Geral
Terça - 30 de Julho de 2013 às 19:48

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O advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, iniciou nesta segunda-feira (29/7) um giro pelos tribunais do país para explicar o funcionamento do programa Mais Médicos. Apresentado pela presidente Dilma Rousseff em resposta às manifestações populares, o programa foi questionado no Supremo Tribunal Federal por associações de classe.

“Estamos visitando os tribunais para esclarecer os fatos a respeito da adoção desse programa. Apesar de estar gerando muita resistência, os fundamentos dessa oposição não nos parecem adequados, visto que é uma política de saúde básica, destinada à população carente”, disse Adams no encontro com o desembargador Tadaaqui Hirose, presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Adams disse que é importante o esclarecimento do Judiciário, pois muitas ações estão sendo movidas contra pontos do programa. “A Associação Médica Brasileira (AMB) já ajuizou três ações judiciais contra o programa. Viemos enfatizar o quanto ele pode ser positivo para a população brasileira".

Hirose concordou com a preocupação da comitiva. “Fui por muitos anos juiz no interior e presenciei os problemas não só na minha área. A população é carente de vários serviços básicos. Entendo a necessidade de reformulação do sistema de saúde”, declarou o presidente do tribunal.

Ele contou que vem acompanhando com atenção a implantação do programa Mais Médicos pela imprensa, mas agradeceu a visita e classificou-a como importante forma de esclarecimento sobre as intenções do governo federal.

O advogado-geral da União ressaltou a falta de médicos que atinge vários municípios do país. “Temos uma defasagem de 12 mil profissionais no Brasil. Com o Mais Médicos há a estimativa de que em 2026 tenhamos cerca de 600 mil médicos no país, quase o dobro do número atual”.

O secretário de gestão da saúde do Ministério da Saúde, Luiz Odorico Andrade, que fez parte da comitiva de Adams, falou sobre um dos pontos mais polêmicos do programa, a contratação de médicos estrangeiros. “Estamos seguindo o exemplo de vários países. Na Inglaterra, 37% dos médicos são estrangeiros e parte da população é atendida por profissionais paquistaneses e indianos”, argumentou.

“Enquanto nos Estados Unidos 25% dos médicos é estrangeiro, no Brasil temos hoje apenas 1,7% de profissionais formados no exterior”, observou Andrade, que ressaltou o fato de que os médicos que vierem de fora ficarão os três anos do programa sob tutoria das universidades e supervisão de médicos responsáveis, atuando na saúde básica da população.

O diretor do programa Fernando Antônio Menezes da Silva falou da importância de mudança na estruturação da formação médica. “É preciso ter clínicos gerais e isso o programa vai proporcionar com o aumento do tempo da formação acadêmica e o direcionamento das especializações conforme as necessidades sociais”, explicou. 

O programa foi implantado por medida provisória no início de julho e tem por meta levar médicos para atuar durante três anos na atenção básica à saúde em regiões pobres do Brasil. Para isso, será ampliado o número de vagas em cursos de medicina e de residência médica e contratados profissionais estrangeiros. Com informações da Assessoria de Imprensa da Justiça Federal.






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