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Esportes
Terça - 30 de Julho de 2013 às 17:36
Por: DASSLER MARQUES

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Foi a inscrição dessa sigla no corte de cabelo de Lincoln (98), camisa 10 do time infantil do Grêmio, que incomodou Alexandre Gallo, coordenador das seleções de base do Brasil. Em palestra ministrada em maio, durante a disputa da Copa Nike Sub-15, em Porto Feliz, Gallo citou o gesto como um exemplo negativo do que ele não ver com a camisa brasileira. Lincoln foi repreendido, virou alvo de chacota e ficou bastante irritado. No auge desse sentimento, se recusou a apertar a mão do treinador Luiz Gabardo Nunes.


 
Por conta do episódio, apesar de ser um dos mais talentosos da geração Sub-15, Lincoln não foi chamado por Caio Zanardi para integrar a Seleção na disputa da Copa das Nações, no México, a partir de quinta-feira. O caso foi citado por Gallo, ainda que não nominalmente, em sua polêmica entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Diante da repercussão das declarações, o meia esquerda gremista parece ter entendido o recado. No último fim de semana, exibiu o cabelo raspado durante a Copa Laranjal Paulista Sub-15.


 
Uma pessoa da confiança de Gallo, presente à competição, ainda assim fez observações sobre o comportamento de Lincoln. “Ele pediu ao empresário que hospedasse a mãe e a namorada no mesmo hotel do Grêmio. A forma como a carreira dele é conduzida pelas pessoas dão a imagem de um jogador deslumbrado. Você percebe que a corrida dele em campo é diferente. Acho que ele está mais tranquilo depois do episódio com o Gallo. Mas é um negócio no nariz, é fita no braço, duas munhequeiras. Isso tudo somado preocupa dentro do processo de formação”, disse ao Terra em caráter de anonimato. 


 
Sobre “pessoas que conduzem a carreira” entenda-se DIS, empresa que detém a procuração de Lincoln. Para ter esse direito, comprou briga com o grupo dirigido por Fabiano Carpegiani, filho de Paulo César Carpegiani. Ainda pagou cerca de R$ 400 mil em luvas para a família e formalizou parceria para que a Nike assinasse contrato em substituição a Adidas. Seus salários batem no teto da base gremista, em aproximadamente R$ 6 mil, e permitiram que deixasse o bairro Lomba do Pinheiro, em uma das áreas mais carentes de Porto Alegre.


 
O relato de quem é próximo a Lincoln é que toda a transformação conquistada por seu talento trouxe reflexos dentro de casa, uma cena tipicamente peculiar ao futebol de base brasileiro. Ele é órfão de pai, tem outros cinco irmãos, sendo um deficiente, e hoje sustenta a casa. Aos 15 anos. “Antes os irmãos não apareciam, agora estão sempre vendo os jogos dele”, reclama uma pessoa ligada a Lincoln. 


 
O Grêmio defende o jogador com unhas e dentes. Ao Terra, afirmou que não se manifestaria sobre o episódio com Gallo. De modo geral, o jogador é querido por funcionários, companheiros e tem histórico tranquilo. O clube tem relatórios onde refuta a tese de que Lincoln, desde a assinatura de contrato com a DIS, teve queda de produção. Meia esquerda que também sabe até cobrar escanteios com a direita, é a principal promessa do clube para o futuro entre as gerações 1996 e 2000. 




Fonte: Terra

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