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Cidades/Geral
Quarta - 07 de Abril de 2010 às 09:26
Por: Fernando Duarte

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Chico Ferreira
Crianças acabam sendo as grandes vítimas do atendimento precário na rede pública; PSFs podem barrar muitas doenças
Crianças acabam sendo as grandes vítimas do atendimento precário na rede pública; PSFs podem barrar muitas doenças

De cada 100 cuiabanos, 54 não são atendidos por equipes de saúde básica, em que o sistema de atendimento é focado na prevenção. A Capital conta com 63 equipes do Programa Saúde da Família (PSF) para os cerca de 550 mil habitantes. As informações são da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que pretende proporcionar uma cobertura de até 80% da população até 2012 e aumentar 34% das pessoas atendidas em menos de 3 anos.

O trabalho de base, junto às famílias, é uma das orientações da Organização das Nações Unidas (ONU), que estipulou o Dia Mundial da Saúde em 7 de abril de 1948. Se o investimento fosse feito na prevenção como forma de combate às doenças e à mortalidade, os setores de média e alta complexidade não teriam a sobrecarga constatada atualmente.

Em Mato Grosso, a atenção com a saúde básica também está distante do ideal. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no suplemento de Saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) apontam que 47% das famílias não estão cadastradas no PSF.

O secretário-adjunto da SMS, Euze Carvalho, destaca que "o foco é a prevenção" e que todos os avanços obtidos para a diminuição da mortalidade infantil e do idoso, principalmente, se devem a investimentos nessa área. "Cuiabá tem cobertura até na área rural. O problema está em fixar os profissionais nos locais e também no salário".

Sobre a questão salarial, a classe médica conseguiu o direito de receber R$ 1,6 mil e o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) após uma longa greve. Em relação à distância, Carvalho lembra que existe muita dificuldade de locomoção e acesso entre os bairros da Capital. "No bairro Pascoal Ramos essa situação diminuiu um pouco, mas ainda temos problemas em colocar profissionais lá".

Hospitais - Os atendimentos se baseiam em 3 pontos. O primário está relacionado às unidades básicas (onde são feitas consultas e agendamentos); nos PSFs (que inclui médico, enfermeiro e agentes de saúde) e nos centros de saúde. A secundária se concentra em policlínicas, centros de especialidades e laboratórios de análises clínicas. Já a terciária é onde está focada a alta complexidade, como os hospitais, pronto-socorro e laboratórios com exames mais completos, como tomografia, raio-x, entre outros.

Euze Carvalho reconhece que quanto mais investimento no trabalho de prevenção, no setor primário, menos a população irá necessitar de hospitais e policlínicas, e as grandes filas para atendimento irão diminuir consideravelmente.

Mato Grosso tem uma demanda muito maior que a oferta, o que foi demonstrada pela CPI da Saúde, que aponta 120 mil pessoas na fila por consultas. Mesmo com esse problema, o secretário-adjunto lembra que a questão não está na expansão hospitalar e nem no fato de Cuiabá ser gestor pleno nos recursos. "O que precisa ser melhorado é a interligação entre a central de regulação de Cuiabá com a de outros municípios".





Fonte: A Gazeta

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