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Agronegócios
Quarta - 07 de Abril de 2010 às 08:55

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O novo sistema de comercialização de bovinos foi apresentado ontem, para pecuaristas e donos de frigoríficos de Mato Grosso por representantes da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), controlada pela BM&F Bovespa. Chamado “Venda e Compra Eletrônica de Carne Bovina”, o novo sistema via internet foi criado para garantir segurança ao produtor, que só terá a mercadoria retirada do curral mediante pagamento, e também à indústria, que poderá programar o abate. O novo sistema será lançado oficialmente, em Campo Grande, no dia 12, mas está sendo operado em caráter experimental.

Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, a venda à vista do gado é uma demanda antiga do setor, que fica inseguro sem saber se vai ou não receber pelo animal abatido. Para Prado, a entrada da BBM para intermediar a compra e venda confere credibilidade ao negócio, que vai, segundo ele, beneficiar consumidores, produtores e indústrias. “Não tenho dúvida nenhuma que nós estamos quebrando paradigmas com a adesão ao novo sistema”.

No ano passado mais de uma dúzia de unidades fecharam as portas em Mato Grosso. Grupos frigoríficos entraram com pedidos de recuperação judicial e pecuaristas ficaram com créditos milionários a receber.

BOLSA - Para o vice-presidente da BBM, Carlos Eduardo Dupas, o novo sistema irá democratizar a oferta de gado, pois o pequeno frigorífico terá a mesma oportunidade de compra do grande.

O assessor de novos produtos da BBM, Edílson Alcântara, avalia que só com a Bolsa de Carnes o produtor estará fechando um negócio “realmente à vista”. Na prática, segundo ele, as vendas chamadas “à vista” são realizadas com pagamentos em até sete dias. E mesmo assim o frigorífico primeiro leva o boi, e depois o produtor recebe. “Nesse mundo dinâmico, um dia pode fazer toda a diferença”.

OPERAÇÃO - Na venda em leilão, o produtor fará a oferta no sistema da Bolsa detalhando as características do rebanho de boi gordo - apenas animais entre 16 e 23 arrobas. Ele transformará o gado em arrobas de carne e fixará um preço mínimo por arroba. De outro lado, o frigorífico analisará o rebanho e fará sua oferta.

Em caso de negócio, o frigorífico confirma, até às 17 horas do mesmo dia, a escala de recolhimento e de abate dos animais. Três dias úteis antes, terá de depositar 90% do valor da operação na conta de liquidação da BBM, que avisará o pecuarista para preparar os animais. Em seguida, o frigorífico emitirá o romaneio de abate, com valor total de arrobas e preço final. O prazo será até o meio-dia do dia útil seguinte. Depois, a BBM fará o cálculo de liquidação. Se der a menos, a Bolsa devolverá a diferença ao frigorífico. Se der a mais, o ajuste será feito entre as partes. Se uma parte romper o contrato, um juiz arbitral da Bolsa tentará a conciliação ou resolverá o caso em julgamento. Quem descumprir, paga 10% de multa.






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