A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff pode subir no palanque do ex-governador Anthony Garotinho na provável candidatura dele ao governo do Rio de Janeiro. Nesta segunda-feira, durante o Congresso Nacional do PR, em Brasília, a petista disse que mantém com Garotinho e sua mulher, a ex-governadora Rosinha Garotinho, uma convivência cordial desde os tempos em que os três eram filiados ao PDT.
"Não posso deixar aqui de aproveitar esse momento para reconhecer o ótimo relacionamento que tenho com o governador Garotinho e com sua mulher, a Rosinha Garotinho, há anos", afirmou a ex-ministra Dilma, em seu primeiro compromisso público após deixar a Casa Civil.
No próximo sábado, Garotinho lança sua pré-candidatura ao governo fluminense, durante o congresso estadual do PR. Dilma foi convidada a participar, mas, segundo Garotinho, não confirmou a presença. Ela disse que vai depender da agenda do presidente Lula.
No mesmo dia em que o PR realiza a convenção estadual, que pretende reunir 15 mil militantes em um centro de convenções no centro do Rio, o PT fluminense fará uma homenagem para Dilma. Antes de receber os afagos da ministra no encontro desta segunda-feira, Garotinho já dava como certo a presença da pré-candidata petista em seu palanque no Estado, mesmo sabendo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já declarou apoio à reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB), ex-aliado e hoje rival de Garotinho.
"Não poderia ser diferente (o apoio de Dilma à sua provável campanha), o PR é da base do governo, essa é a questão. Eu não estou reclamando da possibilidade de a Dilma subir no palanque do Cabral, aliás, não reclamo de nada, minha pré-candidatura nem foi lançada e eu respeito a lei eleitoral. Campanha mesmo, só em junho. Agora, o governador, que já está em campanha descarada, é que tem chiado", disse ao comentar sobre o apoio de Dilma ao adversário.
No encontro em Brasília, Garotinho destacou que não acertou nenhum "pacto de não agressão" com Cabral, apesar da aliança entre PT, PMDB e PR em nível nacional.
"No Rio, só temos problema com o PMDB, com o PT está tudo bem", disse.
No encontro em Brasília em que o PR oficializou o apoio à pré-candidatura de Dilma Rousseff, Garotinho foi nomeado primeiro secretário do partido. Ele já ocupa a presidência regional da legenda, no Rio.
Vice
Ao responder a perguntas sobre o futuro de sua pré-candidatura, Garotinho destacou que não pretende lançar uma chapa "puro-sangue". Do PR, faz questão de ressaltar que o pastor Manuel Ferreira, presidente nacional da Assembleia de Deus, é o candidato ao Senado pela legenda. No mais, diz apenas que "um bom vice (para sua candidatura) poderia ser do PDT", mas não citou preferências em seu ex-partido, disse apenas que o ministro Carlos Lupi seria um bom nome, mas o pedetista não deixou o ministério para concorrer nas eleições de 2010.
"Já tivemos um primeiro encontro em fevereiro (com Lupi), foi muito produtivo. Mas vamos aguardar, é cedo para falar sobre isso, ainda nem lancei minha pré-campanha. O que digo até agora é que estou disposto a concorrer ao cargo", afirmou.
Ministério Público
Na visita a Brasília, Garotinho procurou o presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, Sandro José Neis, para pedir celeridade nas representações que fez contra promotores do MP do Rio que o denunciaram por improbidade.
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