Semana começa na capital com novo preço de bomba ao consumidor. Redução é de 8,37%, mas poucos postos haviam aderido até ontem
Álcool já é vendido a R$ 1,64 em Cuiabá

O preço do litro do álcool hidratado está 8,37% mais barato neste início de semana, em Cuiabá. Ainda de forma tímida, poucos postos revendedores reviram os valores de bomba, mas a tendência de queda sobre os preços é aguardada pelo mercado em função do início da moagem da nova safra de cana-de-açúcar no Estado.

O litro passou de R$ 1,79 para R$ 1,64 no posto Amazônia Petróleo, da BR Distribuidora, na Avenida do CPA. Outros postos na Avenida Miguel Sutil seguiram a tendência e baixaram os preços de bomba para R$ 1,65 e R$ 1,67. Conforme o Diário mostrou na semana passada, uma usina já estava moendo a safra 2010/2011 em março e nestes primeiros dias de abril a expectativa do mercado é de que pelo menos mais duas usinas iniciem o esmagamento e, até o final do mês, praticamente todas as 11 unidades estarão em operação. À exceção será a destilaria Araguaia, de Confresa, que iniciará o processamento somente em maio.

Ontem, o Grupo Naoum confirmou que as usinas Jaciara e Pantanal, localizadas no município de Jaciara (144 quilômetros ao sul de Cuiabá) reabrem o calendário no dia 12. As unidades começam o ano com grandes expectativas, com a previsão de moagem de 1,55 milhão de toneladas de cana, sendo 980 mil toneladas da usina Pantanal e 570 mil da Jaciara. Ainda na Usina Jaciara, está previsto uma produção de um milhão de sacas de açúcar (50 kg) e 13 mil m³ de etanol. Já na unidade Pantanal, serão 1,5 milhão de sacas de açúcar (50 kg) e 33 mil m³ do biocombustível. A usina Pantanal está ampliando em 10% a produção do hidratado e a Jaciara oferta o combustível que não foi produzido na temporada passada.

Segundo informações do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool), nesta safra as usinas deverão moer 14,10 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, com previsão de produzir 818,95 milhões de litros de etanol. Destes, 254,20 milhões serão de álcool anidro (destinado à mistura da gasolina) e, 564,75 milhões, hidratado (combustível). Em relação ao realizado em 2009, este ano, haverá um incremento de 94 mil toneladas de cana moída e recuo de 6,96 milhões de litros de etanol.

NÚMEROS – A redução verificada na Capital neste início de abril não consta do último levantamento de preços realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que avaliou o comportamento varejista entre os dias 28 de março a 3 de abril. Conforme a ANP, Mato Grosso oferta apenas o quarto litro de álcool mais barato do país em valor médio (R$ 1,79). O primeiro lugar é São Paulo (R$ 1,42), seguido do Paraná (R$ 1,43) e Goiás (R$ 1,49). Na comparação com a média nacional, em R$ 1,69, o preço médio apurado em Mato Grosso – estado que já esteve várias vezes no topo do ranking nacional com o litro mais barato do Brasil – está 5,91% acima da média nacional.

Ainda sobre o levantamento da ANP, o comportamento dos preços do álcool em Mato Grosso nas últimas quatro semanas – de 7 de março a 3 de abril – apresenta redução de 4,78% sobre o litro comercializado nas bombas, que passou de R$ 1,88 para R$ 1,79. Porém, neste mesmo período o preço médio em vigor nas distribuidoras recuou 10%, ao sair de R$ 1,59 para R$ 1,43.

Dos 139 postos revendedores pesquisados pela ANP em oito cidades mato-grossenses, Santo Antônio de Leverger (30 quilômetros de Cuiabá) apresentou na semana passada o litro mais barato com média de R$ 1,66 e o mais caro, R$ 1,93, em Cáceres (250 quilômetros de Cuiabá). Porém, o preço máximo observado chegou a R$ 2,05 em Alta Floresta e Sinop, municípios ao norte de Cuiabá.