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Internacional
Segunda - 05 de Abril de 2010 às 23:15
Por: AFP

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O governo de Barack Obama se prepara para anunciar nesta terça-feira uma grande redução do arsenal nuclear dos Estados Unidos, faltando apenas uma semana para uma reunião de cúpula internacional sobre o desarmamento atômico, que será realizada em Washington.

O porta-voz de Obama, Robert Gibbs, disse hoje que Washington anunciará na terça-feira uma esperada revisão da estratégia nuclear americana, a primeira desde 2002. No início de março, o governo americano havia divulgado que esta nova estratégia incluiria uma "redução espetacular" do número de armas atômicas dos Estados Unidos.

O anúncio de terça-feira será feito dois dias antes da assinatura, em Praga, de um novo acordo de desarmamento START entre Obama e seu colega russo, Dmitri Medvedev. Americanos e russos chegaram a um acordo no mês passado para reduzirem seu arsenal nuclear para 1.550 ogivas cada um.

O plano também será divulgado uma semana antes da cúpula de Washington de 12 e 13 de abril, para a qual Obama convidou 40 dirigentes de todo o mundo para discutir segurança e não-proliferação.

Obama defendeu, há exatamente um ano, no dia 5 de abril de 2009, o advento de um mundo sem armas atômicas, durante um discurso pronunciado em Praga. No entanto, ele admitiu que provavelmente não viveria para ver esse objetivo ser alcançado.

A partir de então, defensores e críticos da desnuclearização se enfrentaram dentro do governo e o anúncio da nova estratégia foi adiado em vários meses.

Desarmamento

No início de março, um alto funcionário americano que não quis se identificar afirmou que a nova estratégia visava a "uma redução espetacular dos arsenais (de armas nucleares), mantendo uma dissuasão sólida e confiável".

Obama dará também "um papel crescente às armas convencionais na dissuasão" e renunciará às armas atômicas "anti-bunkers", desejadas pelo governo anterior de George W. Bush, segundo a autoridade.

Segundo o "New York Times", que revelou os principais pontos desse documento, o objetivo é reduzir o número de ogivas nucleares dos Estados Unidos em "vários milhares". Mas o governo já afastou a possibilidade de anunciar que os Estados Unidos jamais recorrerão em primeiro lugar à arma nuclear em caso de conflito, de acordo com o "Times".

Defesa

Os defensores da desnuclearização pedem que Obama proclame que "o único objetivo" da arma nuclear é dissuadir uma potência nuclear de ameaçar os Estados Unidos. Segundo eles, a superioridade do Exército americano em matéria de armamentos convencionais torna a bomba atômica inútil em qualquer outro contexto.

A partir dessa doutrina, ganharia força a retirada de cerca de 200 ogivas nucleares táticas que Washington possui na Europa, o que cinco países membros da Otan (Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Noruega, Holanda) pediram em fevereiro.

Ela se opõe à doutrina da "dissuasão ampliada", segundo a qual os Estados Unidos manteriam ou estenderiam seu "guarda-chuva nuclear" na Europa, na Ásia e até no Oriente Médio, incitando os países protegidos a não tentarem obter suas próprias armas.






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