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Economia
Segunda - 05 de Abril de 2010 às 07:42
Por: Rafael Sampaio

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Uma pesquisa traçou o perfil dos ex-alunos de escolas particulares da cidade de São Paulo. Foram ouvidas 1.500 pessoas entre 22 e 42 anos, que estudaram em 11 colégios de renome, como Bandeirantes, Sion e Vera Cruz.

 

O dado mais surpreendente é que quase um terço (29%) dos que têm entre 22 e 27 anos está desempregado ou fora do mercado de trabalho. Todos os entrevistados nesta idade têm nível universitário.

O estudo foi realizado pelo Instituto Datafolha e pela EduQual (empresa formada por representandes ligados à rede de ensino particular). Numa escala de zero a dez, os jovens deram nota 7,1 para a dificuldade em obter emprego.

Maria de Lourdes Trevisan, diretora do Oswald de Andrade, afirma que os jovens nessa faixa ainda estão dando os primeiros passos no mercado de trabalho. O colégio é um dos 11 que participou do levantamento:

- É uma fase de indefinição [quanto à carreira], sem contar que a pesquisa foi realizada no período da maior crise econômica dos últimos anos.

Outra justificativa para o resultado da pesquisa, lembra a diretora, é que muitas pessoas nesta idade ainda não finalizaram o curso universitário. Segundo a pesquisa, 78% dos entrevistados ainda estão terminando a graduação.

Rio Branco

Ex-aluno do Rio Branco, colégio particular tradicional de São Paulo, Ricardo Galano sente na pele o dilema apontado pela pesquisa.

Ele está há um ano e meio fora do mercado de trabalho em sua área, o jornalismo. Graduado na universidade Mackenzie em 2005, o jovem diz já ter entregue dezenas de currículos. Ele conta, agora, com os amigos para tentar um emprego:

- Já trabalhei como assessor de imprensa, mas ganhava mal. Acho que essa geração de jovens experimenta mais, investe mais em fazer mestrado, cursos de especialização, e acaba entrando só mais tarde no mercado. Ou então começa cedo e tenta voltar, mas as portas ficam fechadas.

 A hipótese é reforçada pela diretora do Oswald, que acredita ser uma tendência entre os jovens adiar o primeiro emprego:

 

- As pesquisas falam, com certa frequência, que a entrada no mercado de trabalho vem se dando cada vez mais tarde, e que a evolução na carreira segue esse mesmo movimento.

Sem responsabilidade

Luiza Spessoto, que faz parte do conselho diretor do colégio Sion, acredita que as escolas não podem ser culpadas pelo desemprego dos seus ex-alunos:

- As universidades é que preparam o jovem para o mercado de trabalho. Portanto, elas devem se reciclar, se modernizar e ter preocupações com o mercado.

Nos outros dois grupos de ex-alunos avaliados pela pesquisa - de 28 a 35 anos e de 36 a 42 - o nível de desemprego é menor. Só 9% dos alocados na segunda faixa estão fora do mercado. Já na faixa dos que têm mais de 36 anos, apenas 6% estão na mesma situação.

Salários

Outra informação importante diz respeito à remuneração dos ex-estudantes. Mais da metade (56%) dos que têm entre 22 e 27 anos ficam entre não ter nenhum tipo de renda e ganhar até quatro salários e meio (R$ 2.325).

Um terço dos jovens ganha no máximo R$ 1.395, o equivalente a 2,7 salários mínimos.

A intenção da pesquisa é ser anual e de consumo interno das escolas, afirma a EduQual. A meta é ter uma visão ampla do trabalho escolar, para além dos vestibulares e do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), e dar instrumentos para que as escolas revejam suas práticas.

Os dados disponibilizados são gerais - informações por escola, individualizadas, não foram enviadas pela EduQual à reportagem.





Fonte: do R7

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