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Empreiteiras não têm recebido pagamentos do governo federal por falta de servidores. Secopa reconhece atraso e diz estar arcando com despesa
Greve do Dnit pode paralisar obras
As seis obras visando a Copa do Mundo de 2014 que estão sendo realizadas nas avenidas Miguel Sutil e Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá e Várzea Grande, sob o comando do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit) correm o risco de serem paralisadas.
As empreiteiras responsáveis pelos empreendimentos não têm recebido os pagamentos do governo federal devido à greve dos servidores do órgão. Com a paralisação desde o mês passado, falta efetivo para realizar os procedimentos burocráticos.
O titular da Secretária Extraordinária da Copa (Secopa), Maurício Guimarães, afirma o governo do Estado está realizando os pagamentos para as empreiteiras responsáveis pelo complexo viário do Tijucal; viadutos do Despraiado e Dom Orlando Chaves; além das trincheiras do Jurumirim, Santa Rosa e Verdão.
Segundo ele, o governador Silval Barbosa (PMDB) já pagou R$ 1 milhão somente à Enpa Engenharia, que é responsável pela primeira obra citada.
“Por conta de greve, estamos sem repasse. Esperamos uma parcela de R$ 60 milhões que está há 30 dias atrasada. Enquanto esse dinheiro não vem, o governo está fazendo alguns pagamentos com recursos próprios para tentar manter as empresas em dia. Reconhecemos o atraso, mas o Estado tem dado um fôlego a todas as empresas”, diz.
Além da Enpa, a Métrica Construções Ltda., Camargo Campos S.A. Engenharia e Comércio e o Consórcio Atracon também estão enfrentando problemas com os pagamentos.
“São cinco empresas que estão sem receber. Estamos fazendo os contatos e esperando. O governador está acompanhando de perto essa situação, mas não há reunião agendada em Brasília para os próximos dias”, pondera o secretário.
Além das obras da Copa, o atraso nos recursos do Dnit pode afetar obras nas rodovias federais de Mato Grosso. A duplicação da BR-163, da BR-364, entre Rondonópolis e o Posto Gil, bem como o trecho de 44 km entre Rosário Oeste e o mesmo posto, podem ser paralisadas. Outros 70 km de obra entre Jaciara e Rondonópolis também podem ser prejudicados.
O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Pesada de Mato Grosso (Sincop-MT), José Alexandre Schutze, afirma que as empresas estão sem receber desde maio, ou seja, há três meses.
“Há informação de que houve pagamento no final da última semana, mas não sabemos quem recebeu. Na sexta-feira passada (26), as empresas queriam parar as atividades, mas continuaram e estão esperando um posicionamento do Dnit”, explica.
O empreiteiro responsável pela Enpa Engenharia, João Borges de Oliveira Júnior, disse que sua empresa não recebe pagamentos há mais de 60 dias.
Além do Complexo do Tijucal, a Enpa toca a duplicação da rodovia Rondonópolis-Cuiabá. “Não recebemos há mais de 60 dias e o impacto na obra é algo muito sério porque os compromissos das obras são diários. Estamos tentando cumprir nosso contrato na marra. Eu não recebi e sequer temos previsão. Todas as empresas estão pensando em parar. Não tem mágica, essa situação afeta todos. As obras podem parar a qualquer momento. Desse jeito, não tem como continuar”.
Os servidores do Dnit entraram em greve alegando que o governo descumpriu um compromisso firmado em 2009 para nivelar seus vencimentos aos de servidores com a mesma função em outros órgãos federais.
Fonte:
MídiaNews
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