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Internacional
Sexta - 02 de Abril de 2010 às 19:55
Por: Efe e France Presse

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O governo israelense ameaçou nesta sexta-feira lançar uma nova ofensiva contra grupo radical islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza (território palestino) desde 2007, caso continuem os disparos de foguetes a partir desta região. Ontem à noite, aviões israelenses fizeram uma série de ataques às cidades de Gaza, Rafah e Khan Younis.

"Se não cessarem os foguetes contra Israel, parece-me que vamos ter de elevar o nível de nossa atividade e intensificar nossas ações contra o Hamas", declarou o vice-primeiro-ministro Sylvan Shalom à rádio pública israelense.

O primeiro-ministro do Hamas, Ismail Haniyeh, fez um apelo à comunidade internacional que impeça o início de um novo ciclo de violência. "Exortamos à comunidade internacional para que intervenha e coloque um fim a esta escalada e a agressão israelense", declarou, em um comunicado oficial.

  Suhaib Salem/Reuters  
Palestinos andam pelo local que antes era uma fábrica de queijos, destruída por ataques aéreos israelenses
Palestinos andam pelo local que antes era uma fábrica de queijos, destruída por ataques aéreos israelenses

Em Londres, o Ministério das Relações Exteriores manifestou preocupação pelos ataques. Os EUA insistiram que israelenses e palestinos privilegiem o diálogo. "Os israelenses têm o direito de se defender, mas ao mesmo tempo, como dissemos muitas vezes, não acreditamos que há uma solução militar para este conflito", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip Crowley.

Ataques

Pelo menos três crianças ficaram feridas, segundo fontes palestinas, no que foi considerado a pior ofensiva israelense desde janeiro de 2009, quando 1.400 palestinos morreram, de acordo com grupos de defesa dos direitos humanos e fontes locais.

O Exército israelense alegou que os bombardeios recentes foram uma resposta ao lançamento de um foguete palestino contra a cidade israelense de Ashkelon, nesta quinta-feira. Segundo Israel, foram atingidos duas fábricas e dois depósitos de armamentos.

Segundo o Hamas, os ataques aéreos também atingiram dez locais, incluindo uma fábrica de queijos e um complexo cinematográfico construído pelos líderes do Hamas. Três crianças palestinas ficaram feridas e estão hospitalizadas, segundo o representante de saúde em Gaza, o médico Moaiya Hassanain.

Foguetes e provocações

No ano passado, Israel conduziu uma guerra em Gaza, após anos de ataques de foguetes. Desde então, o Hamas tem tentado evitar provocações que pudessem levar a uma ação militar israelense.

A liderança do grupo militar islâmico, aparentemente, não quer ser vista como responsável pelo aumento do sofrimento na faixa de Gaza, onde 80% da população depende de suprimentos da ONU (Organização das Nações Unidas) para sobreviver.

Os moradores de Gaza não conseguiram reconstruir o local após as ofensivas israelenses. Israel e Egito impuseram um bloqueio, que impede a entrada de produtos como cimento e aço na faixa de Gaza.

O Exército israelense afirmou em comunicado que cerca de 20 foguetes e morteiros foram atirados contra Israel da faixa de Gaza no mês de março, incluindo um que matou um trabalhador rural tailandês. No total, mais de 40 foguetes e morteiros foram lançados contra Israel desde o começo do ano, segundo a contagem dos militares.

O Hamas não assumiu a autoria de nenhum foguete por mais de um ano. A maioria dos ataques recentes foram assumidos por grupos considerados mais radicais que o Hamas, que acusam o grupo de ter amolecido no confronto armado com Israel.

O Hamas se envolveu numa troca de tiros com forças israelenses na semana passada, no primeiro incidentes do tipo desde a guerra na faixa de Gaza, em janeiro de 2009. Dois soldados e um civil palestino morreram.

Com Associated Press






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