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Cidades/Geral
Quarta - 31 de Março de 2010 às 01:01
Por: Renê Dióz

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Mato Grosso pode até estar entrando numa tendência de controle e diminuição da criminalidade, mas os esforços nesse sentido ainda não foram suficientes para que deixe de figurar como um dos Estados que mais sofrem com assassinatos do Brasil. No caso, ocupando a sexta colocação no ranking nacional, segundo a mais recente pesquisa do Instituto Sangari, que utilizou números de 2007. O mesmo “Mapa da Violência” havia atribuído a nona colocação em homicídios para Mato Grosso dez anos antes.

O ranking foi elaborado de acordo com as taxas de homicídios em cada grupo de 100 mil habitantes registradas de 1997 a 2007 pelas unidades da federação. Em Mato Grosso, a taxa caiu de 33,5 em 1997 para 30,7 em 2007, uma redução que ainda não consegue tirar o Estado do grupo dos 10 mais violentos. O Rio de Janeiro, por exemplo, era o primeiro em proporção de homicídios em 1997, com taxa de 58,8. Hoje, deixou a liderança com Alagoas (59,6) e caiu para a quarta colocação, com 40,1.

Os homicídios geralmente são crimes quase imprevisíveis, mas suas taxas ainda podem ser reduzidas significativamente e o Estado não deve relaxar diante da queda proporcional de ocorrências, avalia o diretor geral da Polícia Civil, José Lindomar Costa.

Como exemplo de interferência, ele cita o envio de mais veículos e o esforço de se completar equipes de investigadores na região noroeste do Estado, marcada por conflitos de terra resolvidos na base de crimes contra a vida e onde se localiza o município de Juruena (a 880 quilômetros de Cuiabá), que detém a maior taxa de homicídios no Brasil.

O caso de Juruena, entretanto, merece uma série de ressalvas, segundo o titular de Assuntos Estratégicos da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Alexandre Bustamante. Ele aponta que a metodologia utilizada no Mapa da Violência pode ser questionada, uma vez que qualquer assassinato ocorrido num município de população tão baixa acaba gerando números proporcionais destoantes (ver box).

O município não registrou nenhum homicídio no ano passado e apenas dois em 2008. Este ano, nenhum foi registrado ainda. “Nos últimos dois anos, tem sido um índice de um homicídio por ano, como em cidades da Europa”, comenta Bustamante, destacando que o Estado está entrando numa tendência de controle e redução dos crimes.

CAPITAIS – Dentre as capitais, Cuiabá obteve um bom desempenho no ranking: deixou a incômoda 5ª posição ocupada em 1997 para Porto Velho e foi para a 12ª colocação em 2007, com 38,8 homicídios para cada 100 mil habitantes – antes eram 55,3. Maceió atualmente lidera este ranking, com taxa de 97,4. Palmas manteve o desempenho do ano passado como a capital com menos homicídios, mas aumentou em 5,8 sua taxa, na contramão da maioria.

O fenômeno de diminuição dos homicídios foi observado nas capitais e grandes cidades como um ônus trazido pelo progresso que elas experimentam, mas são elas que ainda servem de cenário para a maior parte dos assassinatos. “A cultura do homicídio ainda está nos grandes centros”, diz Bustamente, categórico.






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