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Decisões de Silval, Taques e Maggi desenham cenário para a disputa de 2014
Disputa por uma vaga acirra articulação nos bastidores
A corrida pela única vaga no Senado Federal nas eleições do próximo ano já mobiliza mais pré-candidatos que a disputa pelo Governo do Estado – e promete ser uma eleição acirrada.
Até o momento, pelo menos, meia dúzia de nomes de peso em Mato Grosso avaliam disputar o cargo, e o número ainda pode aumentar.
O governador Silval Barbosa (PMDB), o senador Jayme Campos (DEM) e a ex-senadora Serys Slhessarenko (sem partido) surgem como os primeiros nomes a serem lembrados na disputa.
Três deputados federais também avaliam a possibilidade – Wellington Fagundes (PR), Valtenir Pereira (PSB), e Carlos Bezerra (PMDB).
O juiz federal Julier Sebastião da Silva (sem partido) é outro que pode encarar a disputa.
A maior expectativa é com relação à candidatura de Silval. O governador prometeu definir, até o final deste ano, se terminará o seu Governo ou se deixará o cargo até abril de 2014 para encarar a corrida ao Senado.
Considerado um candidato natural de sua base aliada, se Silval decidir entrar na disputa, fecha as portas para os partidos aliados que têm interesse em permanecer na coligação indicarem candidato a senador.
Por outro lado, seu recuo abre o leque de possibilidades e, consequentemente, a disputa dentro da aliança partidária pela indicação do candidato ao Senado.
Em caso de recuo de Silval, o PMDB ainda avalia se lançará um candidato a senador ou a governador. Se optar pelo Senado, o nome mais consolidado da sigla é o do deputado federal Carlos Bezerra, que já foi governador e senador.
Apesar de ser bem votado em todo o Estado, Bezerra sofreu uma derrota na última vez que se candidatou ao Senado, em 1998, e há dúvidas se ele tem fôlego para se eleger em uma disputa majoritária.
Atualmente, compõem a base aliada de Silval o PMDB, o PT, o PR e o PSD. Dessas siglas, as únicas que já firmaram compromisso de caminhar juntas foram o PMDB e o PT. As outras avaliam, além da manutenção da aliança, opções como candidatura própria e até mesmo união à oposição.
O projeto do PT é lançar o juiz federal Julier como candidato ao Governo. Porém, o magistrado ainda está maturando sua estreia na política, e sequer definiu se vai mesmo abandonar a toga, se filiar à sigla e abraçar a disputa eleitoral em 2014.
Apesar de o foco do magistrado ser a candidatura ao governo, muitos aliados defendem que ele dispute o Senado. Com uma imagem de juiz combativo e ético, ele poderia ser um fenômeno eleitoral como foi o ex-procurador da República Pedro Taques (PDT), com quem Julier trabalhou na Operação Arca de Noé, que desbaratou a quadrilha de João Arcanjo Ribeiro.
O PR vive a dúvida sobre a candidatura ou não de Blairo Maggi ao Governo do Estado em 2014. Se o senador republicano se lançar na disputa, o PR se une em torno de sustentar a candidatura dele.
Se não entrar, o partido passa a ter duas opções de projeto majoritário – viabilizar um novo nome ao governo, ou focar na candidatura ao Senado do presidente estadual do partido, Wellington Fagundes, que está em seu sexto mandato de deputado federal e não esconde de ninguém que acalenta há anos o sonho de atravessar o corredor do Congresso Nacional.
Fagundes foi o deputado federal mais votado nas últimas eleições e tentou articular para se lançar a senador. Porém, acabou abrindo espaço para a inevitável candidatura de Maggi ao cargo, e a segunda vaga de senador na coligação teve que ser oferecida a um partido aliado – no caso, foi o PT, que lançou Carlos Abicalil.
Dessa vez, Fagundes corre o risco de ter seus planos novamente frustrados pela priorização do ex-governador.
Se Maggi decidir concorrer de novo ao Palácio Paiaguás, o PR terá que ceder a vaga de candidato ao Senado a outro partido, para formar uma base de sustentação forte para a candidatura dele.
Oposição
No campo da oposição, o nome de maior destaque é o do senador Jayme Campos (DEM), que já declarou abertamente sua intenção de concorrer à reeleição.
Apesar dos sucessivos baques sofridos pela família Campos nas urnas de Várzea Grande, Jayme permanece pairando acima dos desgastes, e pode ser um candidato forte na disputa.
O senador é citado pelos correligionários como um bom nome para a disputa ao governo, porém, a tendência é que o partido acabe apoiando algum candidato ao Executivo que dê suporte à reeleição de Campos.
A aproximação com o PDT, que planeja lançar o senador Pedro Taques a governador, é um indicativo da intenção do democrata de ocupar a vaga de senador na chapa de oposição.
Outra que não esconde a objetivo de ocupar a vaga de candidata ao Senado do bloco liderado por Taques é a ex-senadora e ex-petista Serys Slhessarenko. Ela acumula o desgaste sofrido ao longo do processo eleitoral de 2010, quando perdeu a vaga de candidata ao Senado do PT para o então deputado Carlos Abicalil, e foi obrigada a se contentar com a candidatura de deputada federal.
A "sangrenta" briga interna que a dupla protagonizou levou à derrota de ambos nas urnas, e Serys agora tenta se reerguer politicamente.
Para a ex-petista, ser candidata ao Senado é uma questão de honra. Ela quer provar que pode conquistar a cadeira se não tiver fogo amigo para atrapalhar - sem Abicalil em seu caminho, Serys quer trilhar o caminho de volta para Brasília.
Após deixar o PT, ela entabulou um namoro com o PDT de Taques e quase se filiou. Porém, a vontade de ser candidata ao Senado falou mais alto, e Serys se aproximou do PTB de Chico Galindo e Luiz Pagot. O plano é ser candidata a senadora pela sigla e, quem sabe, formar uma coligação com Taques, e disputar o cargo com apoio do PDT.
O deputado federal Valtenir Pereira (PSB) é outro que já demonstrou intenção de concorrer ao Senado. A principal dúvida é sobre em qual posição o PSB estaria para viabilizar esse projeto – se ao lado do governo, ou da oposição.
O parlamentar, que obteve votação maciça na Baixada Cuiabana, planeja dar musculatura ao seu nome para encarar a disputa e, e quebra, dar palanque para a eventual candidatura de Eduardo Campos (PSB-PE) à Presidência da República.
Porém, ele pode acabar tendo seus planos frustrados em função da crise que atravessa. Após ter seu nome citado em investigações da Polícia Federal na Paraíba, Valtenir foi destaque na imprensa nacional suspeito de envolvimento com uma empresa acusada de desvio de dinheiro público e de ter bancado o “caixa dois” da última campanha do deputado.
O parlamentar, agora, luta para se explicar, e não ser derrubado pelo desgaste desse escândalo.
Fonte:
MídiaNews
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/13774/visualizar/
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