Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Segunda - 29 de Março de 2010 às 22:46

    Imprimir


A suposta mulher-bomba que cometeu o ataque à estação Park Kultury tinha entre 18 e 20 anos e seu rosto permaneceu suficientemente conservado para ser reconhecido pelas investigações policiais, segundo o jornal britânico "Times". Os traços faciais da outra mulher-bomba também estariam visíveis e ambas tinham cabelos escuros e vestiam roupas pretas, informa o jornal.

  Alexander Natruskin /Reuters  
Pessoas passam por flores deixadas em memória das 38 vítimas dos ataques a duas estações de metrô de Moscou
Pessoas passam por flores deixadas em memória das 38 vítimas dos ataques a duas estações de metrô

A polícia obteve imagens do circuito interno de TV das estações de metrô e do interior de pelo menos um dos vagões onde as explosões ocorreram, e autoridades disseram ter imagens claras das supostas mulheres-bombas, informa o jornal.

"Elas estavam acompanhadas por duas mulheres de aparência eslava, e o rosto de todas foi bastante exposto", disse um oficial à agência de notícias russa Interfax, segundo o "Times".

Ainda segundo o jornal, o Serviço Federal de Segurança (FSB) também estaria procurando "um homem com barba, vestindo uma jaqueta azul com apliques brancos, um boné de beisebol escuro e tênis brancos".

A polícia suspeita que o grupo entrou em um trem na estação de Yugo-Zapadnaya, no sudoeste de Moscou, afirma o jornal.

Algumas fontes ouvidas pelo "Times" alertam que as mulheres podem ter sido apenas "mulas", que carregavam involuntariamente os explosivos, detonados por telefone celular. Investigadores tentam verificar as chamadas de celular no momento das explosões.

Uma teoria é de que os atacantes pretendiam explodir as bombas em frente à sede da FSB e do Ministério do Interior, mas se perderam ou se atrasaram. Outra dúvida é porque as bombas foram detonadas em estações, e não nos túneis, de acordo com o jornal britânico.

Ataques

O primeiro atentado desta segunda-feira aconteceu às 7h57 (0h57 no horário de Brasília) em um vagão parado na estação Lubianka. A Praça Lubianka abriga a sede do FSB, sucessor da KGB soviética, que neste edifício interrogava e eliminava os dissidentes durante as punições da então União Soviética.

O segundo atentado foi executado na estação Park Kultury, na mesma linha do metrô, às 8h40 (1h40 no horário de Brasília). A estação fica próxima ao Parque Gorky.

  Arte/Folha Online  

"Eu ouvi uma explosão, virei minha cabeça e havia fumaça em todos os lados. As pessoas correram para as saídas gritando", disse Alexander Vakulov, 24, que estava em um trem na plataforma oposta ao local da explosão em Park Kultury.

"Eu vi uma pessoa morta pela primeira vez na minha vida", disse Valentin Popov, 19, que acabara de chegar na estação.

Em ambos os casos, as bombas foram detonadas quando os trens chegaram na estação e as portas estavam abrindo.

"Em Park Kultury, segundo dados preliminares, foi uma mulher-bomba. Segundo os fragmentos do corpo, que estão sendo examinados, o explosivo estava na altura da cintura. A situação é a a mesma em Lubianka", disse o porta-voz do comitê de investigação do Ministério Público de Moscou, Vladimir Markin.

Histórico

Moscou registrou nos últimos dez anos uma série de explosões reivindicadas por militantes da causa separatista da Tchetchênia, uma república do Cáucaso. Nos últimos anos, contudo, os atentados se tornaram menos frequentes.

O último ataque no metrô de Moscou acontecera em 6 de fevereiro de 2004, entre as estações Avtozavodskaia e Pavelestakia, com um balanço de 41 mortos e 250 feridos.

Em agosto do ano passado, Medvedev anunciou a ampliação da campanha contra o terrorismo no Cáucaso Norte, após outro atentado suicida ter sido perpetrado contra um prédio da polícia na república da Inguchétia, no qual morreram 24 pessoas.

Nos últimos meses, as tropas russas intensificaram as operações militares contra rebeldes islâmicos no Cáucaso Norte e mataram vários dirigentes rebeldes.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/137756/visualizar/