Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum já fizeram opção. Aquisição custa aproximadamente R$ 80 mil, além de outros R$ 1,4 mil.
Silo bolsa vira opção emergencial para armazenar milho em Mato Grosso

O silo bolsa virou alternativa emergencial para armazenar a supersafra de milho de Mato Grosso. O estado já colheu 75% da área cultivada e também está estocando o produto a céu aberto. Falta espaço nas unidades para recebimento, já que muitas ainda guardam soja.


 

Mesmo sem estimar o total de unidades ‘bag’ já presentes no campo, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que os produtores adquiriram um total com capacidade para guardar 2,4 milhões de toneladas.


 

Nesta segunda-feira (29) a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), confirmou que a maior opção por estas alternativas ocorre especialmente no médio norte, em municípios como Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum.



Em Lucas do Rio Verde, o produtor Enio Rigo aderiu pela primeira vez à alternativa. “O uso é tranquilo e eu me baseei nas experiências de amigos da Bahia e Maranhão que utilizam esses silos há 10 anos. O que eles me aconselharam é que a armazenagem até 12 meses é segura e mantêm a umidade ideal”, descreveu o agricultor.

Segundo o produtor, as bolsas já ganharam adesão no município. De acordo com a Aprosoja Mato Grosso, usar o silo bag também implica em custos que vão além da compra da estrutura.


 

É que o produtor também precisa dos equipamentos para inserir e retirar a produção destes locais, os chamados injetores e extratores. A aquisição destas ‘máquinas’ gira em torno de R$ 80 mil, além de outros R$ 1,4 mil exclusivamente para os silos.


 

O ciclo 2012/13 promete ser o melhor em toda história de Mato Grosso, com uma safra projetada em mais de 17 milhões de toneladas. Todos os armazéns instalados na unidade federada têm capacidade para receber 29 milhões de toneladas de grãos.


 

Armazéns sucateados

Enquanto a iniciativa privada tem problemas pela falta de armazéns para guardar o milho, as unidades públicas e Conab estão sucateadas e sem uso. Outros guardam o cereal ainda da safra de 2008.


 

Em todo Mato Grosso são 21 armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento, com capacidade para 200 mil toneladas de grãos. O governo já anunciou uma "mega operação" para reforma e construção de novos armazéns em todo o Brasil, numa tentativa de se evitar o colapso de armazenagem.


 

O governo federal prometeu ainda empregar R$ 150 milhões para reformar as estruturas da Conab, além de R$ 350 milhões para construir dez novas em diferentes estados brasileiros, em uma tentativa de minimizar o sucateamento daquelas plantas construídas há pelo menos 30 anos.