MT quer triplicar produção de leite em 4 anos
Dono do maior rebanho bovino do país, com mais de 27 milhões de cabeças, Mato Grosso tem como objetivo intensificar a participação no mercado interno na produção de leite. A meta é encerrar 2014 produzindo 5 milhões de litros por dia, um salto de 200% se comparado à produção atual, que é de 1,76 milhão/dia. Para alcançar esse status, o Estado teria que chegar à produção de 4 milhões por dia já em 2012. Para isso, o Programa Mato-grossense de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite, promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder), conta com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e outros parceiros.
Hoje o Estado ocupa a 10ª posição no ranking nacional de produção de leite. Tem aproximadamente 560 mil vacas em lactação. Embora a cadeia produtiva do leite em Mato Grosso venha registrando crescimento ano a ano, encerrando 2009 com 670 milhões de litros, para triplicar essa produção em um espaço de quatro anos será necessário desenvolver algumas ações. Entre elas campanhas publicitárias que estimulem o consumo de leite e investimentos em tecnologia.
“Quanto menor o uso de tecnologia, maior é a queda na produção”, argumenta o coordenador do setor de Pecuária da Famato, o veterinário Carlos Augusto Zanata. Com o uso da tecnologia, o produtor pode, por exemplo, sincronizar a parição das vacas com o período da seca. Desse modo, ele tem garantida a produção de leite por pelo menos três meses, exatamente no período em que a produção tende a cair e que a remuneração do produtor aumenta. O uso de tecnologia na melhoria da nutrição e no melhoramento genético das matrizes é outro ponto que merece investimento do produtor.
O estímulo à produção do leite deve melhorar ainda o desempenho das indústrias de laticínios. Hoje Mato Grosso possui 55 indústrias de leite formais, e a estimativa é que existam outras 100 informais. Essas empresas têm pelo menos 50% da sua capacidade industrial ociosa, o que resulta em prejuízos, conforme Zanata. Além disso, do total de indústrias apenas três são cooperativas. Na avaliação de Zanata, é preciso incentivar o cooperativismo. No processo de industrialização, 60% de todo o leite do estado se transforma em queijo, sendo 90% desses a mussarela. Cerca de 30% chegam aos consumidores como leite de caixinha ou “saco” e os 10% restantes se transformam em leite em pó e bebidas lácteas.
SECA - A previsão de redução de 46% na produção de leite em Mato Grosso no período da seca – de maio a outubro – deve provocar um aumento no valor do litro pago ao produtor. Hoje, segundo o presidente do Sindicato Rural de São José dos Quatro Marcos, Alessandro Casado, que também preside a Comissão de Leite da Famato, o produtor mato-grossense recebe, em média, R$ 0,56 pelo litro do leite resfriado e R$ 0,37 pelo leite no tambor. A expectativa é o que o valor do litro de leite resfriado suba para até R$ 0,70 com o fim das chuvas.
A valorização do produto no período da seca ocorre todo ano, como informa Zanata. Nos últimos três anos, entre os meses de maio e outubro, foram registrados picos de preços pagos ao produtor, sendo que em 2007, quando foi verificada a maior alta, o litro chegou a ser comercializado por R$ 0,80. A época da seca em Mato Grosso coincide com as baixas temperaturas do sul do país, que também colabora com a redução da produção. “Por conta da redução da pastagem, os animais recebem alimentos industrializados, o que encarece o produto e diminui a oferta”, destaca Zanata.
PRODUÇÃO DE LEITE EM NÚMEROS
Produção no Estado – 1,76 milhão/dia
Laticínios no Estado – 55 indústrias formais e cerca de 100 informais
Rebanho – aproximadamente 560 mil vacas em lactação
MT é o 10º Estado brasileiro em volume de produção de leite
Foram produzidos 670 milhões de litros em 2009
METAS
Produzir 4 milhões de litros por dia em 2012
Produzir 5 milhões de litros por dia em 2014
Aproveitar 100% da capacidade das indústrias – hoje está em torno de 50%
Estimular o consumo de leite no Estado
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