Escoamento da produção é o que preocupa a Aprosoja
O diretor executivo da Aprosoja, Marcelo Duarte, prevê um ano pior do que as últimas safras aos agricultores de milho. Ele confirma a superprodução e que o Estado tem que ter alternativa para escoamento da produção recorde. O excedente de cerca de 7 milhões de toneladas entre o balanço de oferta e demanda, que deve ter na atual safra do milho, precisa urgente da definição do governo federal para política de comercialização. "A situação é mais grave, precisamos escoar".
A dificuldade para retirar o milho de Mato Grosso está nos cálculos que ele apresenta. O diretor relembra que a saca de milho no Estado oscila entre R$ 6,00 e R$ 7,00. E explica que no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina o custo do produto é entre R$ 18,00 e R$ 20,00. "Mas para levar o milho para lá custa em torno de R$ 12. Por isso o preço da saca aqui é R$ 7". Ele informa que a melhor saída seria investir em logística para o transporte do milho, embora a solução do problema seja só em médio e longo prazo. Cita por exemplo a necessidade de ferrovia e hidrovia. Com a alternativa de transporte, frisa, não seria necessário o ministério investir R$ 1 bilhão por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na comercialização por Aquisições do Governo Federal (AGF), como fez no ano passado.
O superintendente da Conab em Mato Grosso, Ovídio Costa, afirma que Mato Grosso dispõe de capacidade para 27 milhões de toneladas em armazéns cadastrados. Mas nesse total estão os 2,9 milhões de toneladas de estoques de milho do governo em 190 empresas credenciadas. A princípio o volume de estocagem parece suprir a demanda da produção. Mas o problema é que entre estoque e produção de soja, 19 milhões de toneladas tem que ser para a cultura, explica Ovídio. Como cerca de metade da soja foi comercializada e escoada, afirma, tem em estoque cerca de 10 milhões de toneladas, somado a mais outras culturas, vê-se que a capacidade está no limite.
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