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Domingo - 28 de Março de 2010 às 07:45
Por: Mariane de Oliveira

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Na carta, Leopoldino diz que sabe das consequências do seu ato. "Sei que pagarei um preço muito caro por esta denúncia", diz. A grande maioria dos denunciados já está aposentado, mas há pelo menos quatro magistrados citados que ainda estão na ativa.

De acordo com o juiz, parte do fundo institucional destinado à manutenção do Judiciário, chamado Funajuris, formado pela contribuição das partes autoras dos processos, era desviado. "Os recursos já foram usados para custear turismo de desembargador e até para pagar cirurgia plástica de esposa de desembargador".

Em outro trecho da carta afirma que "no Tribunal de Justiça, além da implantação do sistema de seleção sexual de servidoras, companheiras, filhos (de desembargadores) sem a obrigação do comparecimento ao expediente, ganham sem trabalhar".

"Para parentes de desembargadores não é necessário pertencer ao quadro de servidores do Judiciário, através de concursos públicos ou estabilidade constitucional, para alcançar a aposentadoria", diz o juiz, sobre filhos e esposas contratados para cargos em comissão, que foram para a inatividade com pensão paga pelo Estado.

Entre as denúncias, há casos que ficaram famosos na crônica mato-grossense, como o do desembargador que teria contratado a empregada doméstica em alto cargo no Tribunal de Justiça. O magistrado sacava o dinheiro da empregada, repassava a ela um salário mínimo pelo serviço prestado em sua casa, e embolsava o resto.

Há ainda o caso do desembargador que, em um mês, teria usado cinco mil litros de combustível do Tribunal de Justiça para arar e gradear sua fazenda. Esta denúncia teria sido divulgada pela revista Veja, sob o título "Mato Grosso tanque cheio".

Corretagem - Leopoldino do Amaral também denuncia, na carta, aquele que viria a ser denunciado na Justiça como o mandante do seu assassinato, o empresário Josino Guimarães, que ainda não foi julgado.

"Há, nos corredores do Tribunal de Justiça, dois corretores de decisão das Câmaras, um deles de nome Josino, que inclusive só anda de Mercedes e estaciona na vaga dos desembargadores. O outro tem o nome de Arovaldo, vulgo Baianinho".

Naquela época, há mais de dez anos, Leopoldino se referia a pagamentos de R$ 30 mil por uma decisão judicial. "Negocia-se dos dois lados, para se saber quem dá mais", escreveu.





Fonte: A Gazeta

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