Palmeiras cede empate ao Mirassol e aumenta a agonia no Palestra Itália
Os poucos torcedores que foram ao Palestra Itália na tarde deste sábado foram da alegria à decepção em 90 minutos. Depois de sair na frente com um gol de pênalti, marcado por Robert, logo no início da partida, o Palmeiras demonstrou mais uma vez fragilidade dentro de casa e cedeu o empate por 1 a 1 ao Mirassol, time que briga para não entrar na zona de rebaixamento, na abertura da 17ª rodada do Campeonato Paulista.
A alegria existia quando Cleiton Xavier, maestro da equipe, estava em campo. Com toques precisos, ele coordenava com soberania o meio-campo alviverde. Na frente, Vinícius, de 16 anos, aparecia como a esperança de gols. Mas com a saída do camisa 10, o time caiu de produção. E a torcida se irritou com o técnico Antônio Carlos Zago quando ele trocou o atacante adolescente pelo zagueiro Maurício Ramos, no segundo tempo.
O treinador foi chamado de burro pelos torcedores que estavam no estádio. Fora do Palestra, faixas colocadas pela principal torcida organizada do time pediam a saída do vice de futebol Gilberto Cipullo e chamavam o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo e os jogadores de "pipoqueiros".
Robert abre o placar, mas o Mirassol consegue empate no Palestra Com o resultado, o time fica praticamente finda suas chances de classificação - que já eram pequenas - à semifinal do Paulista. Faltando duas rodadas para o fim da primeira fase, o Palmeiras precisa de vitórias sobre Oeste e Paulista para chegar aos 30 pontos, dependendo de tropeços dos seus rivais para conquistar no máximo a quarta posição - hoje está empatado com o São Caetano, que joga ainda neste sábado contra a Ponte Preta, na nona posição, com 24 pontos.
Antes do confronto com o Oeste, o time tem o Paysandu pela frente, na Copa do Brasil - quarta-feira, no Palestra Itália. Depois de vencer o jogo em Belém por 2 a 1, a equipe pode até perder por um gol que avança às oitavas de final do torneio.
O Mirassol, que viu Pablo Escobar aparecer como herói no jogo, segue na 16ª posição, com 16 pontos. Na próxima rodada, o time interiorano enfrenta a Ponte Preta.
Palmeiras sai na frente, mas perde "maestro"
Com poucas pessoas nas arquibancadas, o Palmeiras pareceu ter entrado mais tranquilo para o confronto com o Mirassol. E logo no início da disputa, conseguiu abrir o placar. Thiago derrubou Cleiton Xavier na área, logo aos cinco minutos. Robert cobrou e fez 1 a 0 – foi o seu décimo gol no Campeonato Paulista.
Sem Diego Souza, suspenso, parecia que o Alviverde viveria uma tarde tranquila, com seu camisa 10 inspirado. Cleiton Xavier era o destaque da partida, com belos passes e toques precisos para os companheiros. Colocava com facilidade Robert e o jovem Vinícius, de 16 anos, em condições de ampliar a conta para o alviverde.
Mas uma fisgada na parte posterior da coxa esquerda trouxe problemas para o "maestro" Cleiton Xavier. E deixou Antônio Carlos Zago desolado. Quando viu seu principal jogador caído no chão, o treinador ameaçou dar um soco na proteção do banco de reservas, mas acabou interrompendo o movimento.
Depois da saída do meia, aos 30 minutos, para a entrada do volante Anselmo, o Palmeiras perdeu o amplo domínio que detinha. O Alviverde passou a ver o Mirassol tocar mais a bola e até ameaçar, como no chute cruzado de Bosco, aos 43 minutos, defendido por Marcos.
Pelo lado palmeirense, Vinícius aparecia como esperança de algo diferente no confronto. Alternando entre jogadas pelos dois lados do campo, o atleta conseguiu dar alguns chutes, mas parou nas mãos de Renê. Mesmo assim, ganhou aplausos dos poucos torcedores que estiveram no Palestra Itália.
- No começo me deu um friozinho na barriga, mas logo passou. Os companheiros me ajudaram muito e só tenho de agradecê-los por me darem moral – disse Vinícius, que fez seu segundo jogo pelo time – o primeiro como titular.
Mirassol empate e agrava crise palmeirense
Para tentar empatar a partida, o Mirassol voltou modificado e passou a ter mais posse de bola na partida. O técnico Pintado, que voltou a dirigir o time 13 dias depois de ter pedido demissão, colocou o experiente Evando para que o time se fixasse perto de Marcos. Em boa jogada do atacante que já teve passagem apagada pelo Santos, o Mirassol assustou a defesa palmeirense, aos 13 minutos – ele chutou cruzado, mas Marcos conseguiu espalmar para fora.
A esta altura, o Palmeiras se mostrava perdido, sem conseguir encaixar uma saída de bola. Vivia de contragolpes com ligação direta da defesa para o ataque. O meio sem Cleiton Xavier era acéfalo, sem inspiração e criatividade.
Do outro lado, o Mirassol aproveitou um erro de passe de Vinícius para chegar em Marcos novamente. Na bola roubada e cruzada por Dininho, Evando teve tempo de girar e arriscar contra a meta alviverde. Para a sorte do camisa 12 palmeirense, a bola passou à sua esquerda, para fora.
Vendo sua defesa exposta, Zago sacou Vinícius para a entrada de Maurício Ramos. O garoto ganhou aplausos, mas o treinador ouviu os primeiros gritos de burro, que cresceriam aos 26 minutos.
Em falha geral da defesa alviverde, Evando conseguiu cruzar para a pequena área e Pablo Escobar escorou para o fundo das redes de Marcos. Aplausos irônicos e gritos de burro para Zago, que aumentaram com a saída de Robert, único atacante de ofício, para a entrada de Joãozinho.
No último lance, em cobrança de falta pelo lado direito, os torcedores, desesperados, pediram Marcos na área, que não atendeu aos apelos e viu, de longe, o time perder a chance de vencer a partida.
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