Aposentados de Mato Grosso podem estar sendo vítimas de mais um golpe de quadrilha paulista

Um novo golpe, que deve estar rendendo muito dinheiro para uma quadrilha de São Paulo, com suposta ramificação em Mato Grosso, está sendo praticado contra aposentados de Mato Grosso e provavelmente do  Brasil.

 

 O esquema é muito bem montado e mesmo as pessoas mais esclarecidas podem cair na arapuca armada pelo grupo, como ia acontecendo com um idoso de Cuiabá, que teria uma bolada para receber (R$ 53.722,40 já deduzido o valor de R$ 6.654,81)) ... se antecipasse os 10% do valor da causa para pagamento das custas processuais.

 

O golpe funciona da seguinte forma: a empresa SEGPREV – Consultoria Marques Magnella, de São Paulo, descobre o endereço do aposentado e lhe envia uma notificação de execução judicial, comunicando-o sobre o ganho de uma causa em um processo que se arrastava há mais de 30 anos, envolvendo nomes de empresas que lhe causaram prejuízos com descontos em seus salários e das quais as pessoas nunca nem ouviram falar. Citam decisões judiciais, números de processos, enfim, procuram dar toda credibilidade à notificação sobre a execução judicial.

 

Feitos os primeiros contatos através de dois telefones convencionais.da SEGPREV é agendado um contato com uma pessoa identificada como doutor Márcio Alexandre Malfatti, que se encarrega de passar outras informações que não constam na notificação para o beneficiário do processo ter acesso ao dinheiro. Trata-se de uma pessoa que fala com uma fluência que impressiona mesmo quem tem profundo conhecimento sobre direito. Como é o caso de um advogado-policial federal, cujo pai foi procurado pela SEGPREV, como beneficiário de um processo.

 

De acordo com a notificação, a pessoa pode resgatar o crédito por meio de audiência, carta precatória e no caso de beneficiário com idade superior a 60 anos ou residente fora da Comarca de São Paulo de conta corrente ou poupança. E é aí que entra a grande jogada da SEGPREV: o beneficiário que mora fora da Comarca de São Paulo pode receber o dinheiro em poucas horas em vez de esperar meses para o valor chegar às suas mãos,,por causa da morosidade da Justiça.e dos trâmites judiciais.

 

Explica o doutor Malfatti que para receber o dinheiro rapidinho, o beneficiário precisa fazer um depósito identificado no valor das custas processuais, porém manter a importância bloqueada. Comunicada sobre o depósito, a SEGPREV entra em contato com o “oficial cartorário”, que diante da comprovação do depósito, oficializa o juiz da causa para liberar o crédito, o que é feito em poucas horas depois que o beneficiário transfere o dinheiro bloqueado para a conta do “oficial cartorário”... .

 

A esposa de um suposto beneficiário de um processo da SEGPREV e residente em Várzea Grande, suspeita que a quadrilha tem ramificação em Mato Grosso. O motivo de sua desconfiança: a carta simples postada em São Paulo com a notificação chegou em sua residência em menos de 24 horas. “Nem Sedex é rápido desse jeito.. com certeza esta carta foi despachada aqui mesmo....” – afirma ela. A sugestão de um advogado é quem for procurado pela SEGPREV deve registrar queixa na Polícia.