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Domingo - 28 de Julho de 2013 às 16:19

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Trem sofre acidente após descarrilar em Santiago de Compostela
Trem sofre acidente após descarrilar em Santiago de Compostela
A seção da ferrovia onde um trem descarrilou na quarta-feira passada na Espanha, matando 78 pessoas, não integrava uma linha de alta velocidade, disse ontem em entrevista à Agência Efe o diretor-geral de operações da companhia responsável pela ferrovia, Luis Francisco Minayo.


 
Segundo o diretor-geral da Rede Nacional de Ferrovias Espanholas (Renfe) não se pode "falar de um acidente em uma linha espanhola de alta velocidade".


 
O maquinista do trem, que tombou a poucos quilômetros da estação de Santiago de Compostela, foi preso e acusado de homicídio por imprudência após receber alta do hospital onde estava internado.


 
Minayo explicou que na Espanha existem as chamadas linhas "convencionais" e as "de alta velocidade". Segundo o diretor-geral, as primeiras, "que poderíamos definir como as dos trens tradicionais", têm 11,6 mil quilômetros de extensão no país.


 
Segundo Minayo, estas linhas são utilizadas por trens de curta distância, de mercadorias, regionais e de longos percursos, entre eles os Alvia (nome do tipo do trem que se acidentou) em parte de seu itinerário.


 
A velocidade máxima que pode ser atingida nas linhas convencionais, de acordo com o diretor da Renfe, é de 200 km/h. Minayo explicou que as linhas de alta velocidade foram construídas para atingir 300 km/h e que somam no país cerca de 2.,3 mil quilômetros de extensão, como por exemplo a Madri-Sevilha e a Madri-Barcelona.


 
"Estes trens que podem alcançar os 300 quilômetros por hora não podem circular pelas linhas convencionais, entre outras coisas, porque seus trilhos são do tipo fixo e de largura europeia, enquanto as linhas convencionais tem a chamada largura ibérica, superior a europeia", acrescentou.


 
Segundo Minayo, a linha Orense-Santiago, onde ocorreu o acidente, "formará no futuro parte da linha de Alta Velocidade Madri-Galícia", atualmente em construção. "A seção inaugurada em dezembro de 2011 se inicia a alguns quilômetros de Orense e vai até quase quatro quilômetros antes da estação de Santiago", disse o diretor-geral da Renfe.


 
Para que esta seção faça parte da linha de alta velocidade Madri-Galícia, Minayo disse que as estações e os acessos ferroviários deverão ser remodeladas e modificada a largura dos trilhos.


 
Quando isto ocorrer, "poderão circular por ela vindo de Madri trens capazes de alcançar 300 quilômetros por hora, algo que hoje não é possível na linha Orense-Santiago", explicou o diretor-geral.


 
Em relação ao sistema de segurança da linha utilizada pelo trem acidentado, Minayo disse que se tratava do tipo ASFA (Anúncio de Sinais e Freado Automático), similar ao utilizado em todas as linhas convencionais europeias.


 
Segundo o diretor-geral, este sistema está instalado "em aproximadamente 14 mil quilômetros: os 11.600 das linhas convencionais, nas quais é o sistema titular, e também nos 2.300 quilômetros das linhas de alta velocidade, nas quais é o sistema de apoio".


 
Na Espanha, para velocidades superiores a 200 km/h, situação na qual a percepção visual dos sinais da via não é suficiente, "o sistema mais utilizado é o denominado ERTMS (Sistema Europeu de Gestão do Tráfego Ferroviário), com quase 2.000 quilômetros, e além disso existem os mais de 450 quilômetros do sistema LZB, da linha de alta velocidade Madri-Sevilha", explicou Minayo.


 
O diretor-geral informou além disso que a Espanha é "pioneira na utilização do ERTMS" e o país da Europa onde este sistema de segurança é mais difundido.

 
 
Minayo também destacou que "Alvia", nome do tipo de trem que se acidentou, "é um nome comercial de um produto que a Renfe oferece", como o serviço "AVE (Alta Velocidade Espanhola). "São produtos comerciais, sem importar os equipamentos que usam", indicou.


 
A Renfe utiliza o nome "Alvia" para serviços que tem no mesmo trajeto linhas de alta velocidade e linhas convencionais, pois as características desses trens os permitem circular pelos dois tipos de linhas, esclareceu o diretor-geral.


 
O trem acidentado é um dos veículos "híbridos" que podem usar vias eletrificadas ou sem linhas aéreas de eletricidade e com largura variável, explicou Minayo.


 
Em 2012, as séries de trens "híbridos" realizaram mais de 17 mil serviços, que percorreram mais de nove milhões de quilômetros e transportaram mais de 3,5 milhões de viajantes.




Fonte: EFE

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