Murilo resiste à Câmara e quer ser suplente de Maggi
O prefeito de Várzea Grande, Murilo Domingos (PR), prometeu anunciar, até o final deste mês, se renuncia ou não ao cargo para disputar a eleição de outubro. Anteriormente cotado para concorrer a uma vaga de deputado federal, o republicano admitiu que está analisando, na verdade, a possibilidade de compor a chapa ao Senado do governador Blairo Maggi (PR), como suplente.
"Vou dialogar com o partido e reiterar que estou disposto a ser o primeiro suplente. É um projeto que não está descartado", revelou, em entrevista ao Midianews. Domingos participou, hoje, da inauguração doo Centro de Distribuição da Agricultura Familiar em Várzea Grande, com a presença do governador Blairo Maggi e várias autoridades estaduais e municipais.
O prefeito revelou, ainda, que nas próximas semanas conversará com familiares para discutir a possibilidade de deixar o cargo. Mesmo reconhecendo a influência do seu irmão e empresário, Toninho Domingos, ele garante que a opinião não prevalecerá. "É natural que meu irmão opine a meu respeito, mas a posição dele não vai prevalecer", disse.
O diretório estadual do PR tem estimulado a candidatura de Murilo Domingos a deputado federal, ao que consta, para "suprir a carência de votos" na região da Baixada Cuiabana.
Até mesmo o vice-governador Silval Barbosa (PMDB) tem interferido para ter alguma liderança expressiva de Várzea Grande, segundo maior colégio eleitoral de Mato Grosso, com vistas à sua candidatura ao Palácio Paiaguás.
Os republicanos entendem que não haverá prejuízos políticos com a saída de Murilo Domingos da Prefeitura de Várzea Grande, uma vez que o vice-prefeito Sebastião Gonçalves, o Tião da Zaeli, também é filiado ao Partido da República e poderia concorrer a reeleição, após dois anos de administração.
Estratégia
O projeto de Murilo Domingos de ser suplente de Maggi ao Senado é considerada uma estratégia para evitar desgaste físico, por conta da saúde debilitada. Na disputa por uma vaga da Câmara Federal, ele teria que dedicar mais empenho, visitando vários municípios do interior para conquistar votos.
Outro motivo que o influenciaria a optar pela suplência é o gasto de campanha, considerado elevado para se eleger deputado federal. Concorrendo na vaga de Senador, não teria a necessidade de firmar acordos para ter vantagens políticas e econômicas para concorrer ao pleito, articulação sempre feita pelos candidatos a deputado federal.
Apelo
O governador Blairo Maggi (PR) reforçou, mais uma vez, o pedido para que Murilo Domingos deixe o cargo para concorrer a deputado federal. "Já conversamos anteriormente e o convidei a ser candidato a deputado federal pelo partido. É uma pessoa experiente na política e pode contribuir muito concorrendo à Câmara Federal", disse.
Com relação à possibilidade de Murilo Domingos ser primeiro suplente na sua chapa ao Senado, Maggi não confirmou, porém, ressaltou que o assunto deve ser discutido. "Esse é um assunto que deve ser discutido com o partido como um todo. É uma proposta que pode ser viável, mas, primeiramente, precisamos ter consenso", explicou o governador.
Cautela
O vice-prefeito de Várzea Grande, Tião da Zaeli, pregou cautela e preferiu não se aprofundar a respeito da possibilidade de assumir o comando do município em definitivo. "Não tenho influenciado nestas conversas, até porque é uma decisão pessoal do Murilo Domingos e que será anunciada até o final deste mês", afirmou.
Questionado se em algum momento estudou a possibilidade de ser candidato a deputado estadual, conforme chegou a ser ventilado diante de uma desistência de renúncia de Murilo Domingos, Zaeli foi claro: "Em momento algum, pensei na construção deste projeto. Só poderia planejá-lo se o partido me convocasse para a disputa, o que não aconteceu em momento algum".
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