Pesquisa divulgada nesta terça-feira (23) em Minas Gerais explica a razão de acidentes com caminhões serem são tão frequentes. Três em cada quatro acidentes são provocados por falha humana.
Dois milhões e 200 mil caminhoneiros cortam as estradas brasileiras. São 83 mil acidentes com caminhões, por ano. Boa parte da frota é velha, com mais de 20 anos de uso.
Para cumprir prazos, muitos caminhoneiros não param para comer e descansar. Chegam a dirigir 18 horas seguidas para entregar a carga. “Já tomei rebite, já dirigi com sono, cansado, mas é imprudência da gente”, afirma o caminhoneiro Fernando Correia, que está há 18 anos na estrada.
Três em cada quatro acidentes são provocados por falha humana, segundo pesquisa feita por uma comissão que reúne empresas de transporte e órgãos de trânsito. “Nós chegamos na causa dos acidentes, que é exatamente um motorista cansado, dirigindo numa velocidade incompatível com o trecho sinuoso”, explica Dárcio Centoducato, diretor de gerenciamento de risco.
Minas Gerais, que tem a maior malha rodoviária federal do país, lidera o ranking, seguido de São Paulo e Paraná. As más condições das rodovias também contribuem para que ocorram acidentes.
Em Minas Gerais, os motoristas ainda enfrentam outra armadilha: muitas curvas, um dos principais motivos de tombamento de caminhões no país. É o que mostra um vídeo: o motorista entra na curva com velocidade maior do que deveria; ele perde o controle e a carga tomba.
O caminhoneiro Delson Almeida também se deu mal em uma curva. “Entrei numa curva, o cabo de aço arrebentou puxou a carga e o caminhão deitou. Cortei a cabeça, a perna e me machuquei internamente”.
A Federação das Empresas de Transportes de Cargas de Minas acredita que dá para diminuir em 40% o número de acidentes com ações simples: treinamento para os motoristas, melhor manutenção dos veículos e sinalização. “Colocar placas, faixas, frisamentos. É um custo baixo que pode ter um retorno rápido”, diz o presidente da Federação, Vander Francisco Costa.
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