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Economia
Domingo - 28 de Julho de 2013 às 08:14

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A situação do empresário Eike Batista está cada vez mais complicada. A publicação norte-americana Bloomberg, divulgou que a fortuna do homem, que já foi considerado o oitavo mais rico do mundo no ano passado, foi reduzida a US$ 200 milhões.


 
Além disso, ele já teria acumulado cerca de US$ 2 bilhões em dívidas pessoais e, mesmo assim, ainda deve US$ 1,5 bilhão ao fundo de investimento árabe Mubadala, de Abu Dhabi.


 
Como a conta não fecha, pois o patrimônio está bem menor do que as dívidas, especialistas ouvidos pelo R7 contam que o dono do grupo EBX está tentando se reestruturar financeiramente e transformando até mesmo credores em sócios.


 
De acordo com o professor de finanças do Ibmec-RJ (Instituto Brasileiro do Mercado de Capitais do Rio de Janeiro), Gilberto Braga, uma parte da dívida com o fundo de investimento árabe está sendo transformada em ativos, ou seja, participação de capital em algumas empresas do grupo.


 
— Ao invés de credor, o banco está se tornando sócio nos negócios de Eike.


 
Essa seria uma estratégia da instituição financeira se prevenir contra um possível calote.


 
— Essa conversão de dívidas é para você assegurar lucros e dividendos para compensar os empréstimos. Se não tem ao a garantia de recebimento, é melhor você se tornar sócio.


 
O processo estaria sendo intermediado pelo Banco BTG Pactual que, por meio da sua assessoria de imprensa, informou que não comentaria o assunto. A instituição vem atuando desde março como assistente financeiro do grupo EBX.


 
Apesar das empresas do Eike Batista estarem tentando ajustar as finanças, o temor entre os credores grandes e pequenos permanece. Um acionista minoritário da petroleira OGX, Márcio de Melo Lobo, pediu à justiça o bloqueio dos bens do empresário.


 
O advogado da empresa e de Batista, Sérgio Bermudes, chegou a classificar a ação como “leviana” e “absolutamente infundada”. De acordo com ele, o objetivo da ação era buscar um acordo ou benefício ao minoritário, que teria cerca de R$ 40 mil em papéis da petroleira.


 
No último dia 15, credores estrangeiros de Eike Batista, também se reuniram em Nova York para conversar com advogados brasileiros e estrangeiros para entender o que estaria acontecendo com as empresas.


 
Apesar do cenário ruim e da perda de US$ 34,3 bilhões da fortuna do empresário, o analista de investimento da corretora de valores Spinelli, Elad Revi, ainda não enxerga uma falência do grupo. Em março do ano passado, Eike tinha um patrimônio estimado em US$ 34,5 bilhões.


 
— É um pouco precipitada, ele tem algumas opções. Pode fazer um aporte de capital baseado no patrimônio pessoal, capital estrangeiro e internacional.


 
Desta forma,  de acordo com Ravi, ele pode conseguir um equilíbrio e mais tempo para suas dívidas.


 
Fracasso


 
A situação do grupo EBX ficou mais complicada após a empresa anunciar o fracasso de operações em quatro campos de petróleo.  A partir disso, a ações das empresas passaram a ter quedas na bolsa de valores e perdeu credibilidade entre os credores.     O empresário já veio a público informar que se arrependeu de ter entrado no mercado de ações.


 
Ele afirmou  que teria sido melhor ter estruturado um fundo privado de participações em empresas (private equity) que permitisse criar do zero e desenvolver ao longo de pelo menos dez anos cada companhia, até chegar o "momento certo" de abrir o capital.


 
Até a publicação desta reportagem, a assessoria de imprensa do grupo EBX não foi localizada para comentar o assunto.





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