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Internacional
Segunda - 22 de Março de 2010 às 19:41

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Os ex-presidentes dos Estados Unidos George W. Bush e Bill Clinton visitaram o Haiti nesta segunda-feira (22), em um esforço para chamar a atenção do mundo para as vítimas do tremor de 12 de janeiro e para a necessidade de um esforço internacional de reconstrução.

"Precisamos fazer com que todas as pessoas que querem ajudar o Haiti falem a mesma língua", disse Clinton, cuja esperança é de que todas as agências de auxílio internacional trabalhem juntas.

Após encontrarem o presidente René Preval nas ruínas do palácio nacional, Bush e Clinton caminharam pelos acampamentos de desabrigados no Champ de Mars, no centro de Porto Príncipe, onde cerca de 60 mil vítimas vivem de forma precária.

Bush disse que o propósito da viagem era ver de perto a devastação e "lembrar ao povo norte-americano que ainda há muito sofrimento e trabalho que precisa ser feito" no Haiti.

Outro objetivo seria o de encorajar empresários do país caribenho a criar empregos e fazer a economia crescer. Os dois ex-presidentes visitam o país caribenho num momento em que a grande maioria dos cerca de 1,3 milhão de sobreviventes do terremoto que matou 230 mil pessoas, ainda estão desabrigados. A preocupação com os que vivem nas cidades improvisadas em barracas é crescente, já que a estação de chuvas de abril se aproxima.

A ida de Bush e Clinton à capital haitiana busca trazer atenção internacional para a conferência de doadores que ocorre no próximo dia 31 de março em Nova York, onde oficiais do país atingido pelo desastre natural devem pedir cerca de US$ 11,5 bilhões [aproximadamente R$ 20,6 bilhões] para a reconstrução.

Recursos

Ainda nesta segunda-feira houve anúncios positivos em relação ao financiamento da reconstrução do Haiti. A Venezuela indicou que perdoará a dívida do país, orçada em cerca de US$ 200 milhões [cerca de R$ 359 milhões] pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Já o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) afirmou que concorda em cancelar sua parcela de US$ 479 milhões [cerca de R$ 861 milhões] da dívida externa do país, que soma US$ 1,2 bilhão [aproximadamente R$ 2,1 bilhões] e ofereceu mais US$ 2 bilhões [cerca de R$ 3,5 bilhões] em novas linhas de crédito.

A União Europeia disse que doará US$ 1,36 bilhão [cerca de R$ 3,31 bilhões] em ajuda internacional nos próximos anos.

O Fundo de Água e Saneamento, criado pela Espanha para os países da comunidade iberoamericana, também anunciou nesta segunda-feira, Dia Mundial da Água, que o Haiti receberá US$ 35 milhões [R$ 62,9 milhões] a mais do que o inicialmente previsto para projetos de saneamento.

O fundo conta com US$ 1,9 bilhão [R$ 3,4 bilhões] para serem destinados a projetos de acesso à água durante quatro anos.Antes do terremoto de 12 de janeiro, o país caribenho tinha recebido 90 milhões [R$ 219 milhões], mas depois do terremoto foi decidido um aporte de fundos adicional, informou a secretária da instituição, Soraya Rodríguez.

Esperança e protestos

Alguns haitianos viram a visita dos ex-presidentes dos Estados Unidos com bons olhos. Um deles é Lucharles Jean-Laudius, que vive com a mulher e dois filhos sob uma barraca de plástico perto do palácio nacional.

Uma das centenas de milhares de desabrigados pelo terremotos, ele considera a presença de Bush e Clinton no país "um sinal" de que os EUA não interromperão a ajuda internacional.

Ao mesmo tempo, a visita dos dois ex-chefes de Estado --que tiveram uma forte influência no passado recente da história do país caribenho-- motivou reações negativas na capital.

Defensores do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide juntaram cerca de cem participantes em um protesto, queimando pneus e exigindo o retorno do líder, atualmente exilado.

Com Associated Press e France Presse






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