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PE: Famílias afetadas pela Copa querem reunião com Eduardo Campos
Lideranças das cerca de 850 famílias que terão imóveis desapropriados pelo poder público por conta de obras realizadas para a Copa do Mundo estiveram reunidos nesta quinta-feira com representantes do Governo de Pernambuco, na Procuradoria Geral do Estado. Na reunião, após a exposição das ações que vem sendo realizadas pela secretaria executiva de Desapropriações, Analúcia Cabral, integrantes do Comitê Popular da Copa, comerciantes e moradores das áreas afetadas tiveram oportunidade de expor seus problemas.
Integrante do Comitê Popular da Copa, Evanildo Barbosa contou que relatório elaborado pelo grupo mostra situações de muita precariedade a que as famílias estão sendo submetidas, sugeriu que o Governo do Estado crie uma ouvidoria “modelo” que consiga ouvir as centenas de casos e discutir individualmente os problemas e lembrou que muitas famílias querem um encontro com o governador Eduardo Campos, para tentar sensibilizá-lo.
O comerciante Paulo Carvalho mostrou-se indignado. “Nunca me senti tão desprezado em uma reunião. Eu tenho 14 empregados e às vezes não tenho nem vontade de entrar na loja quando acordo”, diz ele, afirmando que há um ano não passa uma semana sem se perder o sono pela possibilidade de ter de demitir seus funcionários. Dono de um estabelecimento na Avenida Belmiro Correia, ele deve ter parte do seu imóvel desapropriado para uma das obras de mobilidade previstas no projeto da Copa do Mundo.
Também proprietária de imóveis na avenida, Josefa Gomes da Silva considera as avaliações feitas irreais. “Estou no auge do desespero. Eles me ofereceram menos de 10% do valor dos meus imóveis”, afirma, afirmando que seus inquilinos já estão deixando as lojas que tem e que ficará sem a renda que tinha até ser definida pela Justiça a situação. Ela acredita que se o governador Eduardo Campos receber os moradores e comerciantes prejudicados pelas obras, pode se sensibilizar e modificar o que considera uma “injustiça”.
Morador de Cosme e Damião, Ricardo Cardeal é outro que tem duras críticas ao processo de desapropriação. “O governador está na casa dele, eu que tive minha casa demolida estou morando de aluguel em um espaço que está longe de me dar as mesmas condições que eu tinha. E sou um profissional, tenho nível superior e condições. Imaginem as pessoas mais simples...”.
Coincidentemente, tanto a residência quanto o local de trabalho de Ricardo estão sendo alvo de desapropriações. Mas ele está mais indignado com a situação de sua casa, que foi demolida em fevereiro, mas ainda não teve perícia judicial, já que um perito se negou a fazer o serviço, o segundo indicado pela Justiça havia falecido e, quando um terceiro profissional foi designado, o Governo do Estado questionou o custo do serviço (oito salários mínimos).
A secretária Analúcia Cabral admite ter havido problemas em alguns locais que são alvo de desapropriações. Na área onde será construído o Terminal Integrado de Passageiros, que deveria ter ficado pronto para a Copa das Confederações, por exemplo, o Governo do Estado teve que “correr atrás do antigo proprietário, para fazer um levantamento topográfico e regularizar a situação já que ele havia vendido os lotes e na realidade fizemos todo um esforço”, contou.
A secretária encerrou sua apresentação lembrando que os proprietários de imóveis alvo de desapropriações, por conta de obras relacionadas à Copa do Mundo, podem procurar a ouvidoria da Secretaria Extraordinária da Copa, através do 3184-2939 (procurar Susana Couto) ou do e-mail
Fonte:
Terra
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/13875/visualizar/
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