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Domingo - 21 de Março de 2010 às 14:52

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A TV paga brasileira se abriu para o Mercosul. Ou poderíamos dizer, mais genericamente, que os Estados Unidos descobriram o resto da América.

Até abril, cinco séries latinas vão rechear a programação dos canais da TV por assinatura. A justificativa, além do sabor local para as produções, é que isso barateia a grade exibida.

Na Fox, por exemplo, é possível colocar no horário nobre apenas títulos consagrados como "24 Horas" e "Prison Break", mas, a cada temporada, o preço dessas séries sobe.

Por isso a emissora estabeleceu um estúdio na Colômbia. "Mental" abriu novos horizontes. Produzida no ano passado em Bogotá, segue em reprises.

Foi um sucesso. Não de público, é bom frisar. Mas para mostrar à matriz que podia ser feito fora da América do Norte com igual qualidade e, mais importante, com custo menor.

Emiliano Saccone, vice-presidente sênior de conteúdo global da Fox International, diz que a audiência não era a meta. "Nossa tarefa era produzir conteúdo para Hollywood com um orçamento latino. Fomos bem-sucedidos porque a série foi muito licenciada. Ser o primeiro não significa ser o melhor."

Contudo ele não acredita numa segunda temporada por "questões de política interna". "Os executivos do canal não participaram da criação da série. E eles querem muito palpitar. Sabíamos que os riscos disso acontecer eram grandes."
 

  Divulgação  
Valerie Dominquez em cena de sedução da série "Los Caballeros las Prefieren Brutas", produção colombiana que estreou na Sony
Valerie Dominquez em cena de "Los Caballeros las Prefieren Brutas", produção colombiana que estreou na Sony


Nessa onda, o FX, que é um braço do canal, estreou no começo do mês "Impostores", da Argentina. Na segunda quinzena de abril, é a vez de "Kdabra", série colombiana que vai explorar um universo mágico.

"O futuro são as produções originais. É isso que vai fazer a diferença em um canal, mas isso tem custo", diz Saccone.

Fazendo coro, a Sony lançou a colombiana "Los Caballeros las Prefieren Brutas", sobre a busca do homem ideal.

Já a Nickelodeon quer reproduzir o sucesso de "Isa TKM", que, no Brasil, quintuplicou a audiência no horário.

A sequência, "Isa TK+", estreia em 5 de abril. Na América Latina, onde já foi exibida, liderou o ibope entre jovens de 12 e 17 anos em vários países. Por isso a Nick já prepara "Sueña Conmigo", que deve estrear na América Latina em julho e no Brasil em 2011 --para dar tempo de fazer toda a dublagem.

Tatiana Rodríguez, vice-presidente de programação e estratégia criativa, diz que a crise criou uma abertura. "Antes queríamos monopolizar os direitos de um programa. Agora a divisão disso permite viabilizar o projeto. Com isso há negociações antes impensáveis."






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