TV paga brasileira abre espaço para seriados latinos
Até abril, cinco séries latinas vão rechear a programação dos canais da TV por assinatura. A justificativa, além do sabor local para as produções, é que isso barateia a grade exibida.
Na Fox, por exemplo, é possível colocar no horário nobre apenas títulos consagrados como "24 Horas" e "Prison Break", mas, a cada temporada, o preço dessas séries sobe.
Por isso a emissora estabeleceu um estúdio na Colômbia. "Mental" abriu novos horizontes. Produzida no ano passado em Bogotá, segue em reprises.
Foi um sucesso. Não de público, é bom frisar. Mas para mostrar à matriz que podia ser feito fora da América do Norte com igual qualidade e, mais importante, com custo menor.
Emiliano Saccone, vice-presidente sênior de conteúdo global da Fox International, diz que a audiência não era a meta. "Nossa tarefa era produzir conteúdo para Hollywood com um orçamento latino. Fomos bem-sucedidos porque a série foi muito licenciada. Ser o primeiro não significa ser o melhor."
Contudo ele não acredita numa segunda temporada por "questões de política interna". "Os executivos do canal não participaram da criação da série. E eles querem muito palpitar. Sabíamos que os riscos disso acontecer eram grandes."
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Valerie Dominquez em cena de "Los Caballeros las Prefieren Brutas", produção colombiana que estreou na Sony |
Nessa onda, o FX, que é um braço do canal, estreou no começo do mês "Impostores", da Argentina. Na segunda quinzena de abril, é a vez de "Kdabra", série colombiana que vai explorar um universo mágico.
"O futuro são as produções originais. É isso que vai fazer a diferença em um canal, mas isso tem custo", diz Saccone.
Fazendo coro, a Sony lançou a colombiana "Los Caballeros las Prefieren Brutas", sobre a busca do homem ideal.
Já a Nickelodeon quer reproduzir o sucesso de "Isa TKM", que, no Brasil, quintuplicou a audiência no horário.
A sequência, "Isa TK+", estreia em 5 de abril. Na América Latina, onde já foi exibida, liderou o ibope entre jovens de 12 e 17 anos em vários países. Por isso a Nick já prepara "Sueña Conmigo", que deve estrear na América Latina em julho e no Brasil em 2011 --para dar tempo de fazer toda a dublagem.
Tatiana Rodríguez, vice-presidente de programação e estratégia criativa, diz que a crise criou uma abertura. "Antes queríamos monopolizar os direitos de um programa. Agora a divisão disso permite viabilizar o projeto. Com isso há negociações antes impensáveis."
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