A utilização sustentável da diversidade de matérias-primas do Brasil foi apresentada em palestra por pesquisador da Embrapa Agroenergia
Embrapa Agroenergia debate usos da biomassa em evento Brasil-Japão
A produção e usos potenciais da biomassa no Brasil foi tema da palestra apresentada pelo pesquisador da Embrapa Agroenergia, Hugo Molinari durante o Workshop sobre Cooperação Brasil-Japão em Biomassa e Biotecnologia, que aconteceu nesta semana, no Rio de Janeiro.
A utilização sustentável dos resíduos poderá alavancar o desenvolvimento econômico regional e, assim, o que é hoje um problema ambiental, poderá no futuro gerar renda aos produtores locais, agregando valor a cadeia produtiva.
Uma variedade de matérias-primas com potencial para ser usado na produção de bioetanol está disponível no Brasil, adaptadas a diferentes condições de solo e clima. Resíduos florestais e agroindustriais, os quais são co-produtos chaves para processos industriais e econômicos, apresentam também potencial para a produção de combustíveis renováveis, químicos e geração de energia.
Considerando a produção de biomassa para etanol, a disponibilidade de matérias-prima próxima aos locais de processamento é uma necessidade. Dada a baixa densidade dos resíduos agrícolas, ou seja, grandes volumes com massa reduzida, os custos de manuseio e transporte para a unidade industrial tendem a ser ainda mais relevantes.
Hugo expos na sua apresentação que resíduos agrícolas tais como palhada de milho, trigo, de forrageiras e resíduos florestais, da indústria, do coco verde, e do processamento da mandioca, também merecem atenção como matérias-primas de novas atividades industriais.
Para que isso ocorra, salienta o pesquisador, é necessário o desenvolvimento de tecnologias específicas. A diversidade dessas fontes permitirá novas soluções para gerar energia, combustíveis e diversos produtos químicos de acordo com a disponibilidade regional. Durante sua apresentação, Molinari enfatizou a importância de incentivar ações que promovam o mapeamento de biomassa residual por bioma brasileiro, levando em consideração sua produção, disponibilidade e usos potenciais.
Além da palestra, o Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia, Esdras Sundfeld participou das discussões para identificar e definir as linhas de ação e prioridades para cooperação com o Japão nas áreas de produção de biomassa e sua transformação para produção de biocombustíveis e outros produtos, dentro do conceito de biorrefinaria.
O evento, coordenado pela professora Elba Bon, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, faz parte das atividades previstas no âmbito do acordo firmado entre o CNPq e a Agência Japonesa para Ciência e Tecnologia (Japan Science e Technology Agency- JST). Trata-se de ação resultante dos contatos iniciados pelo CNPq com aquela agência, por ocasião das comemorações do Centenário da Imigração Japonesa, visando ampliar a cooperação em ciência e tecnologia com aquele país.
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