Papa envia carta a fiéis sobre padres irlandeses pedófilos
O Papa Bento 16 enviou nesta sexta-feira uma carta pastoral para os católicos da Irlanda com orientações sobre como evitar e punir padres que abusem sexualmente de crianças.
O documento foi escrito depois da revelação, no ano passado, de casos de pedofilia dentro da Igreja Católica irlandesa, que abalaram a instituição na República da Irlanda.
Escândalos envolvendo padres católicos também foram relatados em vários outros países, entre eles a Alemanha, terra natal de Bento 16.
Não se sabe se esta carta – a ser lida nas missas do próximo domingo – inclui um pedido de desculpas.
Recentemente, o Vaticano denunciou tentativas de ligar o papa ao escândalo de abuso de crianças por padres católicos na Alemanha.
Sua antiga diocese afirmou que ele, aprovou uma vez, inconscientemente, o abrigo para um padre acusado de abusar de crianças.
Nos últimos meses, escândalos de pedofilia também abalaram a Igreja Católica na Holanda, Suíça e Áustria.
Segundo o correspondente da BBC em Roma David Willey, as medidas decididas pelo papa vão ter influência muito mais ampla do que apenas na República da Irlanda.
‘Processo de cura’
O conteúdo da carta do papa aos fieis irlandeses deverá ser publicado pelo Vaticano no sábado.
Bento 16 disse que espera que o documento “ajude no processo de arrependimento, cura e renovação”.
A expectativa é de que a mensagem expresse contrição pelo que o próprio papa descreveu como um comportamento vergonhoso e odioso de alguns padres.
No ano passado, um relatório sobre abuso infantil na Arquidiocese de Dublin criticou a hierarquia da Igreja Católica por acobertar centenas de casos datados desde a década de 70.
Mas o que primeiramente foi visto por Roma como uma série de escândalos locais agora se tornou um problema para a Igreja Católica em escala mundial, com novas alegações de católicos que afirmam ter sido abusados sexualmente por padres surgindo a cada semana.
Segundo o correspondente David Willey, as implicações para o Vaticano são sérias.
A credibilidade da Igreja como guardiã moral está em jogo e há a perspectiva de uma série de processos por compensação por parte das vítimas.
Isso poderia arruinar financeiramente algumas dioceses, como já ocorreu nos Estados Unidos, onde foi registrado o maior número de casos de abusos.
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