Xavantes invadem sede em Barra do Garças
O prédio do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) em Barra do Garças foi ocupado na manhã de ontem por índios e lideranças da etnia Xavante que protestavam contra a política de saúde indígena implantada pela Fundação Nacional de Saúde à comunidade indígena da região.
A manifestação, segundo as lideranças que coordenavam o movimento, era pacífica, porém, a maioria dos manifestantes estava pintada para a guerra e portando instrumentos artesanais, como arco e flechas e bordunas.
Segundo o cacique Edmundo Omore, o povo Xavante padece pela falta de uma política de saúde condizente à realidade das aldeias localizadas no município de Barra do Garças. Ele lamentou a falta da contratação de agentes de saúde e, principalmente, de odontólogos para cuidar da saúde bucal dos índios. “Queremos mais atenção. Promovem mudanças sem ouvir as lideranças indígenas. Não podemos mais conviver mais com essa realidade”.
O cacique condenou a troca da organização não-governamental responsável pelo gerenciamento dos recursos destinados à saúde do povo indígena. “Medidas são tomadas e não sabemos de nada. Somos os mais prejudicados”, disse, se referindo à substituição do Instituto de Tradições Indígenas (IDET) pela ONG Gangazumba, com sede em São Paulo. Segundo Edmundo, os indígenas precisam ser consultados, pois, são os maiores interessados.
Edmundo Omore fez questão de destacar que a manifestação era pacífica e que a pintura usada pelos índios era apenas para chamar a atenção da sociedade para a situação que o povo Xavante vive hoje. “O ato é pacifico, mas queremos providências imediatas. Não podemos mais tolerar o que vem ocorrendo”, alertou. Além de Edmundo, outros caciques também apoiaram o movimento. Cerca de 70 ocuparam o Dsei/Funasa.
Durante o protesto, os índios exigiram a presença do chefe do DSEI de Barra do Garças, João Martins. Ele recebeu as lideranças e se manifestou pedindo paciência para que a situação seja solucionada com a contratação da nova ONG e tomada de medidas que visam beneficiar a política de saúde indígena das aldeias xavantes da região.
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