Facebook descarta "botão do pânico" para denunciar pedofilia
De acordo com um porta-voz da empresa, o Facebook se comprometeu, no entanto, a aprimorar seu sistema de segurança.
O chamado "botão do pânico" é uma criação da ONG Exploração Infantil e Proteção Online (Ceop, na sigla em inglês), que combate o abuso infantil. Ao clicar no botão, o usuário é levado a uma página com informações sobre piratas virtuais, vírus, material abusivo, bullying on-line e comportamento sexual inadequado.
A ferramenta já é usada em outras redes sociais, como o Bebo, popular no Reino Unido. Mas, de acordo com a Ceop, 75% das denúncias recebidas pela ONG são de usuários do Facebook e por isso a organização está pressionando a rede a incluir o botão em seu sistema.
Denúncias
Segundo o diretor da Ceop, Jim Gamble, a ferramenta é necessária para que as crianças e os pais se sintam "seguras, com poderes e para que os criminosos sejam detidos". "Essa é a chave", disse.
"O Facebook é um ambiente excelente, eles são especialistas em anunciar e se relacionar com jovens, mas eles não são especialistas em proteção infantil", afirmou Gamble.
Após uma reunião entre Gamble, representantes do Facebook e da ONG Beatbullying, também de proteção contra abusos infantis, o porta-voz da rede social afirmou que a rede social possui um sistema de denúncias "robusto".
"Esse sistema inovador foi desenvolvido a partir da análise de milhões de denúncias e lida efetivamente com todos os tipos de abuso em potencial que vemos no site, desde a menor infração das regras, como fotos inadequadas, até as extremamente raras situações sérias que são rapidamente escaladas para o campo legal", afirmou.
Segundo o porta-voz, a rede social se comprometeu em aprimorar o sistema e incluir links para os sites da Ceop e da Beatbullying em suas páginas de denúncia.
"Também exploraremos o a inclusão do botão da Ceop em nosso centro de segurança", afirmou.
Pressão
A pressão para um reforço na segurança da rede social Facebook aumentou após a condenação de Peter Chapman pela morte de Ashleigh Hall.
Hall, 17, conheceu Chapman, 33, por meio do Facebook, onde este se identificava como Peter Cartwright, de 19 anos, usando fotos de um adolescente sem camisa.
Em outubro do ano passado, Chapman combinou de se encontrar com a jovem, que disse a sua mãe que iria passar a noite na casa de uma amiga.
Chapman apareceu no local marcado dizendo ser o pai de Cartwright. Ele a levou de carro para uma área afastada perto de uma fazenda em Sedgefield, no norte da Inglaterra, onde Ashleigh foi estuprada e morta por asfixia.
O homem, que tinha antecedentes criminais, foi condenado à prisão perpétua --tendo que cumprir um mínimo de 35 anos-- depois de admitir o sequestro, estupro e assassinato da adolescente.
O Facebook afirmou que a empresa estava "profundamente entristecida pela morte trágica da jovem"
Na época, a rede social divulgou uma declaração alertando os usuários para que evitassem encontros com pessoas conhecidas apenas da rede.
O Facebook ainda encorajou o uso das várias medidas disponíveis no seu site e na internet para evitar contatos indesejados.
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