Malheiros tenta emplacar Oscemário na Cultura; aliada de Silval é cotada

     Enquanto o polêmico Paulo Pitaluga começa a limpar as gavetas para deixar a secretaria de Cultura do Estado, o adjunto Oscemário Daltro se movimenta para ter o nome confirmado como titular pelo peemedebista Silval Barbosa, que toma posse como governador no próximo dia 31. Oscemário, que tem apoio do deputado estadual João Malheiros, não está sozinho na disputa. Corre por fora Grasiela Gomes, do departamento de Cultura da Prefeitura de Matupá, onde Silval começou a vida pública como prefeito.

   Os segmentos da cultura, que vivem em constantes conflitos, estão se movimentando pela queda de Oscemário junto com Pitaluga. Alguns argumentam que o adjunto não tem demonstrado competência para assumir a pasta. Como Malheiros vem pressionando o peemedebista, inclusive sob argumento de que se nomear Oscemário estará prestigiando a Cuiabania no primeiro escalão, Silval tende a acatar o pleito do ex-vereador e ex-secretário-chefe da Casa Civil no governo Blairo Maggi. Filiado ao PR e derrotado para vereador por Cuiabá em 2008, Oscemário preside o Conselho de Ministros Evangélicos de Cuiabá (Comec). É irmão do ex-vereador Osmário Daltro (PDT), que deixou no mês passado a secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Econômico e Turismo do prefeito Wilson Santos.

   Embora Oscemário leve vantagem na briga para integrar o staff do governo Silval, outros defendem que Grasiela venha a ocupar o posto por ter afinidade política e aproximação maior com o peemedebista e também por acumular maior experiência no setor em relação a Oscemário, mesmo se tratando de coordenadora cultural de um município pequeno.

   Nesse embate na Cultura, só existe uma (quase) unanimidade: a saída de Pitaluga. Em quase três anos de gestão, ele arrumou uma série de confusão e possui lista extensa de desafetos. Discutiu até com Maggi. Pitaluga é o terceiro secretário de Cultura do atual governo. O primeiro foi Dito Paulo, substituído por João Carlos Vicente Ferreira. O secretário é uma das figuras mais polêmicas da administração. É daqueles que não têm papas na língua, já cancelou vários projetos, institui nova lei e tem provocado a ira nos segmentos culturais. De quebra, é acusado de tomar decisões de forma intempestiva.