Ex-corregedor do TJ Orlando Perri conta que recebeu um telefonema durante as investigações que culminaram na aposentadoria de 10 magistrados. Na ocasião, ele teria sido ameaçado de morte
Perri confirma ameaça de morte, mas garante que não tem medo
O ex-corregedor do Tribunal de Justiça Orlando Perri confirma que já recebeu ameaças de morte, mas garante não ter medo. Diz apenas que é necessário ter cautela. “Temos que tomar cuidado”, disse em entrevista exclusiva ao RDNews. O desembargador relata um episódio que aconteceu durante a apuração das denúncias que culminaram na decretação da aposentadoria compulsória de 10 magistrados, além da instauração de inquérito que apura suposto esquema de direcionamento de processos e venda de sentenças.
“Na ocasião, recebi um telefonema de uma pessoa dizendo que alguém ia me matar”, relata. Diante da situação, o desembargador teve de comunicar à secretaria de Segurança Pública sobre a ameaça, que designou um delegado para investigar o caso. “Desde então nunca mais passei por nenhuma situação parecida. Ninguém me abordou ou me ameaçou desta forma”, afirma Perri.
O ex-corregedor, que conduziu as investigações que ainda podem gerar novas punições, se mostra tranquilo. Apesar de ter 27 anos de magistratura, diz que sua aposentadoria está longe de acontecer. Perri é um dos mais cotados para assumir a presidência do Tribunal em março de 2011. Ele tem 14 anos de atuação no TJ. Mesmo assim, ele pondera que ainda é muito cedo para analisar a questão.
Argumenta que o momento da instituição é delicada e que, por isso, todos devem se unir para reconstruir a imagem do TJ. “Hoje só está se apresentando as coisas ruins, mas precisamos mostrar as boas para a sociedade”, avalia o desembargador. Ele reforça, por exemplo, que o TJ é um dos mais modernos do país. Perguntado se acredita que existe uma “quadrilha” no Poder Judiciário mato-grossense, conforme foi declarado recentemente pelo conselheiro do CNJ Jefferson Kravchychyn, Perri é enfático. “A imensa maioria das pessoas são íntegras, mas existem algumas maçãs podres aqui, como há em outros tribunais”.
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