Dois rapazes em motocicleta passaram pelo veículo do soldado Paulo Júnior. Ele achou que um deles sacaria arma e agiu primeiro: atirou contra a moto
PM reage a suposto assalto e atira em 1
A polícia enfrenta mais uma situação em que pessoas são baleadas por engano por policiais que alegam perseguição. Ontem de madrugada, o sargento PM Paulo Roberto Nunes Júnior, de 28 anos, atirou contra dois rapazes que estavam numa motocicleta e emparelharam com o Fiat Uno do militar. O sargento PM disse ter visto um deles ameaçando mostrar um revólver e, em seguida, sacou sua pistola ponto 40 mm e atirou contra os ocupantes da moto.
Um dos tiros atingiu Sandro de Oliveira da Luz, de 20 anos, na perna esquerda. O colega dele, Átila Alexandre de Arruda, de 22, saiu ileso. O fato ocorreu por volta da 1h30, na BR-364, em direção a região do Pedra 90, onde o militar reside.
Sandro e Átila disseram que, mesmo com o disparo, não perderam o equilíbrio e continuaram seguindo na moto. Eles procuraram a Delegacia do Complexo do Coxipó para pedir ajuda. Os dois relataram que um homem atirou contra eles e deixou um baleado. Os jovens estavam confusos e não sabiam se eram vítimas de uma tentativa de assassinato ou de roubo. Explicaram que o tiro partiu de um carro que eles iriam ultrapassar, um Uno Fiat branco.
De imediato uma viatura da PM foi acionada e levou Sandro até o Pronto-Socorro de Cuiabá (PSC), onde passou pelo box de emergência e ficou em observação. Átila ficou na delegacia para registrar queixa de tentativa de homicídio.
Nesse ínterim, o sargento PM procurou a Delegacia do Coxipó para avisar que foi vítima de uma tentativa de assalto praticada por dois ocupantes de uma motocicleta. Ao ver Átila, o militar o reconheceu, mas nenhuma arma foi encontrada. Átila garantiu que não estava armado e voltava para casa no momento em que vários tiros foram disparados em direção a moto.
Policiais plantonistas não souberam informar se Átila e Sandro possuem antecedentes. “É uma situação difícil, pois eles (os dois rapazes) procuraram a polícia alegando ser vítimas. Se fossem praticar mesmo um assalto, não procurariam nem mesmo o Pronto-Socorro”, observou um policial plantonista.
Como não havia provas de que os dois rapazes estavam praticando roubo, e o militar alegou que estava sendo perseguido pelos motociclistas, o delegado plantonista, então preencheu um termo circunstanciado de lesão corporal colocando Sandro como vítima e o militar como acusado. O caso vai ser julgado pelo Juizado Especial Criminal do Coxipó.
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