A despeito da lei, motoristas são obrigados a driblar a falta de paciência diante de caminhões descarregando em ruas apertadas
Lei que limita o tráfego de caminhões é ignorada
O centro de Cuiabá sugere ao motorista inúmeras razões para ser evitado no dia-a-dia. Há pontos “manjados” de engarrafamento, ruas estreitas, falta de organização, “buzinaço”, entre outros. O cidadão, quando escapa de ciladas assim, chega a sentir um pouco de alívio, mas sempre há como piorar a situação: na próxima rua, à sua frente, pode surgir um indesejado veículo de carga, trafegando em velocidade reduzida, ou parado bem no meio da pista para descarregar produtos.
Como se já não bastasse a falta de espaço para veículos pequenos, os pesados também disputam lugar no apertado centro de Cuiabá. Flagrantes disso não faltam ao longo da semana. Os que precisam passar pela região central por conta do trabalho são testemunhas diárias, como o taxista Parmênio Antônio do Nascimento, 54 anos. Ele atua na praça Ipiranga e convive há cinco anos com a inconveniência dos veículos pesados na frente das lojas da rua 13 de Junho.
“Caminhão descarrega aí o dia inteiro, andam todo o Centro afora. Cuiabá é mesmo uma cidade liberada, você pode parar em qualquer lugar que ninguém faz nada”, revolta-se, mencionando que, outro dia, chegou a ter de esperar dez minutos atrás de um caminhão que descarregava no meio de mais uma apertada rua do Centro. Esses contratempos geralmente são silenciados pelo ceticismo dos próprios motoristas de que a prefeitura possa resolvê-los. Mas se trata justamente de uma atribuição do município que, se cumprida devidamente, torna-se mais uma medida eficaz para a melhoria do trânsito local sem caras obras antes da Copa de 2014 – tal como o Diário vem sugerindo esta semana.
E a legislação corrobora a prefeitura neste trabalho; só falta fiscalizar. Aprovada no início deste ano, a Lei 205 de dezembro de 2009 proíbe a circulação diurna de veículos pesados como caminhões no Centro (entre as avenidas do CPA e XV de Novembro), melhorando o fluxo – prejudicado pelas empresas que usam as vias públicas para carregar e descarregar mercadorias, tal como na 13 de Junho.
Nesta região, em especial, o trânsito se complica ainda mais devido ao cruzamento da rua com a avenida Isaac Povoas. Depois desse trecho, indo na direção do trecho, além dos camelôs e carros que ocupam uma das pistas, há inúmeras lojas que frequentemente estacionam caminhões para transferir mercadorias. Filas de veículos acabam se formando com o risco de fecharem o cruzamento com a movimentada Isaac Póvoas.
FISCALIZAÇÃO - Com o veto, os veículos de quatro a 16 toneladas podem circular no Centro apenas a partir das 20h até as 6h. Só que ninguém disciplina isto até o momento. Mas, segundo o diretor de Trânsito da Secretaria Municipal de Transportes Urbanos, Dativo Rodrigues, isto é provisório. As equipes, assegura, passarão a multar segundo a lei sobre os veículos pesados no Centro assim que a sinalização vertical e horizontal (de acordo com a respectiva lei) estiver totalmente implantada na cidade - o que deve sair em até 45 dias.
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