Blairo Maggi e Wilson em solenidade mostram um pouco de como será o tom da corrida pelo comando do Palácio Paiaguás
Estado não tem amiguinho, diz Blairo a Wilson
O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR)m mandou recado para o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), que passou a criticar a política de incentivos fiscais. Maggi afirmou que no Estado "não tem nem amigo, nem amiguinho". O comentário foi feito durante solenidade para celebrar convênio entre o Executivo estadual e municipal relacionado a renúncia fiscal para instalação da indústria têxtil Vicunha em Cuiabá.
"Aqui as coisas são transparentes, feitas com responsabilidade e principalmente com zelo para aquilo que é de Mato Grosso e do povo", disse o governador, que tinha ao seu lado Wilson Santos (PSDB), crítico da política de incentivos fiscais, mas que segundo Blairo Maggi, "quando é para beneficiar Cuiabá aí pode, não tem problema", disse ao incomodado pré- candidato ao governo do Estado pela oposição.
O vice-governador Silval Barbosa (PMDB) defendeu que o governo do Estado seja mais ousado na política de incentivos fiscais diante do volume de procura de grandes indústrias e empresas que se interessam em estar em Mato Grosso, mas necessitam de benefícios fiscais diante da questão de logística, principalmente em relação aos grandes centros consumidores na região Sul e Sudeste do Brasil.
Vicunha Têxtil se instalará em Cuiabá numa base que levará três anos para ser construída e ao final tornará a empresa a maior do mundo na produção de fios de algodão para roupas, principalmente o jeans.
O prefeito retrucou após a solenidade e pouco antes de se reunir com os empresários e com o governador para almoçarem, que não é contra a concessão de incentivos fiscais, mas sim da forma como ela vem sendo conduzida, ou seja, "apenas para amigos próximos". Wilson se recusou a ampliar a discussão e mandou que a imprensa fosse conhecer o relatório feito pelo Tribunal de Contas do Estado.
Maggi lembrou que não cabe a ele definir os incentivos que passam por um conselho e elogiou o ex-governador Dante de Oliveira (PSDB) que como visionário não mediu esforços para oferecer o benefício que é um dos poucos atrativos em busca de empresários e indústrias.
Perguntado se era beneficiário em suas empresas com benefício fiscal, Maggi sinalizou que não sabia por estar afastado desde quando assumiu o governo, mas se estivesse não teria nada demais e "seria dentro da lei, da ordem e do respeito com a coisa pública. Aqui erros do passado não tem mais espaço", ponderou.
Silval disse que vai dar continuidade a política de incentivos, assinalou que existem muitas empresas querendo se instalar e que se tiver o apoio da população espera nos próximos quatro anos triplicar os recursos.
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