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Economia
Quarta - 17 de Março de 2010 às 05:48
Por: Marcondes Maciel

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O governo do Estado, por meio da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia, solicitou na última segunda-feira, à GasOcidente – braço da Pantanal Energia responsável pelo transporte de gás natural - a prorrogação do contrato emergencial para manutenção do transporte de gás natural da Bolívia até a capital mato-grossense. O pedido tem como finalidade manter a oferta deste combustível até que uma solução definitiva ao suprimento do Estado seja acordada.

Se o pedido for acatado pela GasOcidente, esta será a terceira dilatação de prazo ocorrida de janeiro a março deste ano. Segundo o secretário Pedro Nadaf, o prazo para o transporte do gás natural se encerra no próximo dia 20 e, “se não houver renovação do contrato, o abastecimento veicular e industrial poderá ser interrompido mais uma vez no Estado e sem prazo para ser restabelecido”.

O diretor presidente da Pantanal Energia, Fábio Garcia, estava em trânsito pelo Estado e não foi localizado para se posicionar sobre o pedido de renovação do acordo.

O gás comprado pela MT Gás está sendo destinado ao suprimento dos sete postos em operação no Estado – quatro em Cuiabá, dois em Várzea Grande e um em Rondonópolis – e à planta industrial da Sadia, em Várzea Grande.

Com relação à oferta da térmica de Cuiabá e da MT Gás para Petrobras - o mais novo capítulo deste imbróglio estadual - O governador Blairo Maggi informou ontem que não existe novidade em relação às negociações entre a venda da termelétrica à Petrobras. “Não podemos falar nada por enquanto sobre esta negociação, pois qualquer informação poderá refletir no comportamento das bolsas”. As negociações estão sendo conduzidas em sigilo entre a Petrobras e a Pantanal Energia.

HISTÓRICO - Os problemas de abastecimento no Estado tiveram início em 2006, após a nacionalização dos hidrocarbonetos pelo presidente boliviano Evo Morales, mas se acirraram no ano seguinte, quando o combustível foi suspenso à usina e em 2008 e 2009, a escassez atingiu os veículos.

Mesmo com um contrato assinado entre Mato Grosso e Bolívia, em setembro do ano passado, que garante fornecimento por dez anos, a oferta contínua deste insumo esbarra na falta uma empresa habilitada ao transporte do gás entre as duas localidades porque uma decisão judicial arbitral, de outubro, impede a atuação da GasOcidente.

O entendimento entre Estado e Pantanal Energia foi possível porque houve um acordo para que o Estado levasse à esfera federal a necessidade de reativação da usina térmica – também pertencente à Pantanal – que por conseqüência da nacionalização boliviana, está há mais de dois anos sem gerar energia e receita.

Conforma a direção da Pantanal, nos últimos dois anos a GasOcidente manteve investimentos da ordem de US$ 50 milhões para custear o transporte do gás em solo mato-grossense para garantir a oferta no varejo. Foram cerca de R$ 3,6 milhões ao mês, ou R$ 86 milhões. Em contrapartida, a MT Gás pagou cerca de R$ 12 a 20 mil por mês pelo “frete” à GasOcidente, cifras que correspondem exatamente ao ‘consumido’ no período. O problema nesta questão, como sempre frisa o diretor presidente da Pantanal Energia é encontrar uma equação que permita a viabilidade do transporte, já que com a usina em atividade são necessários o mesmo valor para transportar 2,2 milhões de metro cúbicos e atualmente, as cifras transportam cerca de 20 mil metros cúbicos.


com Marianna Peres






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