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Agronegócios
Terça - 16 de Março de 2010 às 10:32

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Ainda engatinhando no sistema produtivo mato-grossense, a piscicultura, segmento de cultivo da aqüicultura dedicado à criação de peixes, quer mostrar resultados e promover o giro rápido de capital que proporciona. Atualmente, entre 17 mil e 20 mil toneladas de pescado em água doce são ofertadas no Estado, sendo que 50% do total são originados de tanques localizados na Baixada Cuiabana, como no município de Nossa Senhora do Livramento, a 30 quilômetros da capital.

Como explica a vice-presidente da Associação dos Aquicultores do Estado de Mato Grosso (Aquamat), Maria da Glória Bezerra Chaves, existe um caminho ainda aberto a ser percorrido pelos aquicultores do Estado. A regulamentação do setor, por exemplo, só ocorreu em 2005. “Desafios e oportunidades não faltam. E temos a certeza que um evento como o Enipec 2010 nos ajudará a conhecer os elos da cadeia e novos sistemas de tecnologia, bem como a traçar novas estratégias de mercado”.

A aquicultura está entre as nove cadeias da atividade pastoril que serão tratadas nesta sexta edição do Encontro Internacional de Negócios da Pecuária (Enipec 2010), que será realizado de 3 a 5 de maio, no Centro de Eventos Pantanal, em Cuiabá. O evento realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), em co-realização com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) e com a Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), mescla palestras técnicas e uma feira com espaço de relacionamento entre produtores, empresas e instituições.

A Aquamat conta atualmente com 65 associados. Sua principal meta é mostrar que a atividade pode ser tratada como negócio principal de uma propriedade, o que levaria a maior profissionalização da piscicultura. Outro objetivo estratégico da entidade é difundir o cultivo do pintado em tanques, pois se trata de uma espécie com maior aceitação no mercado. “A opção pelo pintado demandará mais investimentos do piscicultor, mas é peixe que consegue agregar mais valor a cada exemplar comercializado. Hoje o pintado, por meio de tecnologia, perdeu seu hábito de alimentação noturno nos tanques e pode ser alimentado com a mesma ração ofertada ao tambaqui e tambacu, espécies que predominam nos nossos tanques”, explica Maria da Glória.

A produção dos aquicultores mato-grossenses é totalmente consumida no mercado doméstico, e a adoção de novos conhecimentos e tecnologias está permitindo que o criador tire dos tanques exemplares cada vez mais precoces. “De uma terminação para consumo que levava até dois anos, chegamos agora com dez meses. Isso significa giro mais rápido ao produtor. Quanto menos tempo se leva para deixar o animal no ponto de consumo, seja ele bovino, suíno, aves, mais rápido o investimento retorna ao criador. Porém, nenhuma outra atividade, com exceção do frango, consegue esse resultado em dez meses”, frisa a piscicultora.

Estimativas da Aquamat – que vai aproveitar o Enipec para mensurar melhor o tamanho da piscicultura mato-grossense – apontam para a existência de 189 mil hectares de lâmina d’água com peixes em tanques. Em média, investe-se algo entre R$ 18 mil e R$ 30 mil para adaptação de um hectare à piscicultura.

“Nossa dificuldade em dimensionar com maior segurança os números do setor se deve ao fato da piscicultura não ser a principal atividade da propriedade. A maioria dos piscicultores é composta por profissionais liberais (médicos e advogados, principalmente), aposentados e pecuaristas. Em alguns casos, falta profissionalização e sobra potencial em nosso Estado”.

PROGRAMAÇÃO

Com uma programação construída a partir de demandas colhidas direto a cada uma das cadeias produtivas abrangidas pelo evento, o Enipec 2010 já tem definidas quatro palestras setoriais sobre aquicultura. No dia 4 de maio, pela manhã, a pesquisadora do Laboratório de Doenças de Animais Aquáticos da UFMG, Gláucia Frasnelli Mian, conduz a palestra “Doenças dos animais aquáticos e os impactos econômicos e de saúde pública. À tarde, será debatida a “Sanidade de Animais Aquáticos e as novas atribuições do Ministério da Pesca e Aquicultura”, com a presença do coordenador geral de Sanidade Pesqueira do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), Henrique César P. Figueiredo.

No dia 5 de maio, pela manhã, as palestras setoriais de aqüicultura continuam com “Melhoramento genético de peixes”, com Ricardo Pereira Ribeiro, da UEM (Maringá). Pela tarde, Eduardo Ono, consultor do Sebrae Nacional, fala sobre “Empreendedorismo na piscicultura”. A programação completa e atualizada do Enipec 2010 pode ser acessada pelo site www.enipec.com.br.






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