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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Terça - 16 de Março de 2010 às 09:08

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Dezenove bebês morreram na Santa Casa de Franca (a 400 km de São Paulo) em decorrência de infecção hospitalar causada pela bactéria klebsiella ao longo do ano passado. A Secretaria de Estado da Saúde, a prefeitura e o Ministério Público Estadual abriram investigação sobre as mortes.

O número de óbitos pode ser ainda maior. Segundo o secretário da Saúde de Franca, Alexandre Ferreira, o total de casos chega a 43, o que Estado e hospital negam.

Uma das hipóteses para as mortes é a superlotação dos leitos para bebês prematuros e abaixo do peso. Por isso, o Estado determinou que o Centro de Terapia Intensiva infantil só poderá receber até dez bebês.

A klebsiella afeta o sistema respiratório, urinário e gastrointestinal. A direção da Santa Casa diz ter detectado um aumento acima do normal da bactéria na área neonatal, que inclui os leitos de CTI e os berçários. Naquele ano, 35 bebês foram infectados pela klebsiella e nove morreram.

No ano passado, a bactéria ganhou mais força: foram 55 infectados, com 19 mortes. Os números são da direção do hospital. E o risco ainda não foi afastado: a klebsiella já foi detectada em mais quatro bebês neste ano. As crianças estão internadas em uma ala isolada.

A Santa Casa é a única referência neonatal para casos graves na microrregião de Franca. No ano passado, 803 prematuros ou bebês abaixo do peso foram internados no CTI neonatal e 125 foram infectados. Ou seja, a taxa de infecção hospitalar foi de 26,6%.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não estabelece um percentual mínimo de infecção, mas disse considerar a situação da Santa Casa de Franca preocupante. "Não existe um padrão, não é aceitável um caso sequer de infecção hospital. Mas eu acho alta [a taxa da Santa Casa]", disse o gerente-geral de Tecnologia e Serviço de Saúde da Anvisa, Heder Murari Borba.

O promotor Décio Antônio Piola abriu inquérito para investigar o risco de infecção hospitalar no hospital. Ele reuniu-se ontem com representantes do Estado, da prefeitura e do hospital para se informar sobre o número de mortes por infecção na instituição.

A diretora-técnica da Santa Casa, Maria Auxiliadora Pedigone, negou que tenha havido negligência. Ao detectar o aumento das infecções, disse que alertou o Estado e enviou amostras de sangue dos bebês para investigação mais ampla.






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