Em Cuiabá, no Mato Grosso, um policial civil atirou contra o carro de uma família que voltava para casa. Foram dez disparos de pistola. No carro, estavam pai, filha e madrasta. Três tiros atingiram Ataíde Francisco dos Anjos. "Não sei o que leva o ser humano a fazer uma coisa dessas", disse ele.
A menina de sete anos, que estava no banco de trás, também se feriu.
Ataíde voltava para casa com a família quando foi perseguido pelo investigador de polícia João Osni Guimarães, que estava de folga. Segundo uma testemunha que não quis ter o nome identificado, ele e o filho chegaram atirando.
João Osni foi levado para a delegacia e no depoimento disse que se confundiu. Ele achou que o veículo de Ataíde era o mesmo que estava rondando a casa dele havia dois meses, e por isso atirou. A corregedoria abriu inquérito para investigar o caso e afastou o policial.
Em uma página de relacionamentos na internet, o policial Osni aparece exibindo uma arma. No bairro em que mora, é um homem temido.
"Se no decorrer da investigação for entendido que houve excesso, que não havia necessidade de ter atirado e que a vida de outros foi colocada em risco, a Justiça pode decidir que ele deve ficar preso", disse o delegado Fábio Silveira.
A Ordem dos Advogados (OAB) de Mato Grosso vai acompanhar o caso. "O próprio policial com uma conduta dessa gera uma insegurança geral para a sociedade", disse Jesuíno de Farias, da Comissão de Segurança da instituição.
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