Sorriso questiona passagem de ferrovia por Lucas do Rio Verde
A passagem dos trilhos através do município de Lucas do Rio Verde (MT) não está caindo no agrado de políticos e autoridades de Sorriso (MT). Na próxima segunda-feira, dia 15 de março, às 9 horas da manhã, o projeto da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste será lançado em Lucas do Rio Verde.
Vereadores, empresários, produtores rurais e o prefeito Chicão Bedin participarão do evento, que deverá ter a participação da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que pretende aproveitar o momento para garimpar votos de apoio à sua candidatura á presidência da República.
O vereador Luis Fábio (PDT) questiona a mudança do traçado para Lucas. Segundo ele, estudo técnico realizado recentemente confirma que o melhor local, sem grandes impactos ambientais e com grande retorno econômico para toda a região, seria próximo ao distrito de Primavera do Norte, em Sorriso, e distante apenas 20 quilômetros do município vizinho.
“Eu vou estar sentado na primeira fila, porque quero estar bem próximo das autoridades para questioná-las sobre o verdadeiro motivo dessa mudança em cima da hora e saber de quem foi a iniciativa em buscar essa alteração que prejudica todos os municípios da nossa região”, disse ao site ClicHoje.
A Ferrovia faz parte da segunda parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). A obra terá entroncamento com Ferrovia Norte-Sul na cidade de Uruaçu, cruzará Mato Grosso no sentido leste/oeste, tendo ramal em Lucas (extensão de mil quilômetros), e chegará até Vilhena (RO).
Os trilhos terão uma extensão de 4,4 mil quilômetros. O custo da obra será de R$ 4,1 bilhões. Já para o trecho entre Lucas do Rio Verde e Vilhena (com 598 quilômetros), deve ser investido o total de R$ 2,3 bilhões.
A verdade é a de que os rumos da ferrovia mudaram desde o momento em que a sede do Comitê da BR-163 foi transferida para Lucas. O presidente da entidade, Jorge Baldo, tem forte ligação com autoridades federais e militares e tem as portas sempre abertas em Brasília.
Polêmica eleitoral
O senador Jayme Campos (DEM), por outro lado, está preocupado com o proveito político que a ministra Dilma está tirando do evento. Ele classifica o lançamento de "estelionato" e "fraude". Jayme disse que a obra representa a "redenção para os produtores mato-grossenses" e que é utilizada como palanque eleitoral para a ministra Dilma Rousseff. "Gostaria, como todo mato-grossense, que essa ferrovia fosse realidade. Mas essa farsa não pode continuar. Que se faça a obra, mas não nesse momento", disparou.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirma que o presidente Lula e a ministra Dilma têm feito campanha eleitoral com base na inauguração de obras já inauguradas por governos anteriores ou governos estaduais, além de partes de obras superfaturadas e até mesmo obras de empresas privadas.
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