Após reunião com o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, os dois parlamentares pré-candidatos ao Senado não se entenderam
Serys e Abicalil partem para as prévias

Nem mesmo o pedido feito pelo presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, por entendimento no partido, parece demover a posição da senadora Serys Slhessarenko e do deputado federal Carlos Abicalil na disputa ao Senado na eleição deste ano. Sem consenso, os dois parlamentares asseguram manter seus nomes como pré-candidatos.

Em reunião realizada na manhã de ontem, na sede do PT, em Brasília, Dutra alertou Serys e Abicalil para os riscos de desgastes da legenda caso seja executado o calendário de Mato Grosso, que prevê prévias para escolha do candidato ao Senado no dia 18 de abril.

Se persistir o impasse, Dutra poderá intervir na legenda estadual na tentativa de evitar as prévias. O presidente nacional do PT expôs a necessidade de unidade do partido em favor da candidatura da presidenciável, ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). Existe temor na sigla de que a realização de prévias gere um racha no partido. As prévias, se realizadas no Estado, deverão mobilizar para uma consulta mais de 23 mil filiados – aptos a votar. Cuiabá agrega o maior número de filiados, com aproximadamente cinco mil petistas.

Serys e Abicalil acordaram durante a reunião que até o fim deste mês será realizado esforço conjunto para encerrar a celeuma, através da definição do nome do pré-candidato ao Senado. Porém, ambos não mudaram de posição, ou seja, cada um defende argumento específico para disponibilizar os respectivos nomes para a vaga ao Senado. No encontro, a senadora sugeriu a prioridade para que “os candidatos concorram à reeleição” – o que asseguraria a ele o posto almejado. Dutra não teria se manifestado sobre a tese.

Ao que tudo indica, encontrar um denominador em comum nesse quadro não será tarefa fácil. Serys ressalta sua decisão de ser candidata à reeleição sob risco de não concorrer a cargo eletivo. Abicalil disse que respeita a posição da parlamentar, mas é enfático ao lembrar que não pode aceitar candidatura nata no PT. Ele acrescentou que está disposto a discutir o assunto, mas que não abre mão de pleitear o espaço. “Como sempre digo aceito discutir minha posição como animador de palco a candidato ao Senado, menos a presidência da República. Só não posso ser cerceador de discutir a possibilidade de ser candidato ao Senado”, pondera.

De acordo com o presidente estadual do PT, as pesquisas eleitorais podem compor um dos fatores do conjunto que levará a uma definição sobre o escolhido do PT para disputar o Senado. Ele acredita que é possível encontrar alternativas junto aos debates no partido. Serys refutou a possibilidade de os 250 delegados do partido definir o impasse. Como justificativa ela lembra que a eleição dos delegados pelo Programa de Eleições Diretas (PED) do PT não previa “esse contexto”. Serys e Abicalil assinam hoje, em Cuiabá, as fichas de inscrição para as prévias do PT ao Senado. Após o encontro, Serys deixou recado em seu twitter: “O entendimento entre o PT nacional e o PT de Mato grosso é que a tendência seja a reeleição, seja para o Senado, seja para a Câmara dos Deputados. Só há um entendimento possível. Bom Saber que o meu companheiro Carlos Abicalil também quer o entendimento e está Berto a esta possibilidade”.