Indefinição no PT promete se prolongar até abril

Aparentemente distante de uma conclusão pacífica, a indefinição dos petistas mato-grossenses em torno da candidatura de Serys Slhessarenko ou Carlos Abicalil ao Senado Federal deve se prolongar até abril. Neste domingo, o partido se reúne para o “Encontro de Táticas”, no qual definirão a estratégia referente à coligação tanto na eleição majoritária quanto nas proporcionais. Embora seja uma possibilidade remota, o encontro pode definir, até mesmo, se o partido dará provimento à proposta de poucos de pleitear candidatura própria. Também está na pauta a discussão sobre o número de candidatos a deputado estadual e federal que o partido irá reivindicar na coligação que optar.

No final da semana passada, durante outro encontro, o diretório estadual elaborou um calendário de reuniões para que ocorram essas definições. Empenhados em impedir desgastes na campanha da presidenciável Dilma Rousseff (PT), a cúpula nacional tenta impedir que ocorram prévias nos estados sob o argumento de que disputas internas podem fragilizar a sigla. Serys e Abicalil defendem a orientação nacional, contudo, a não realização da prévia é praticamente impossível no Estado. Caso o partido não entre em acordo, já está marcado para o dia 18 de abril a consulta aos partidários.

Membro da direção nacional do PT, o deputado Alexandre César afirmou, ontem, que acredita que um dos candidatos, Serys ou Abicalil, irá recuar da intenção, anulando a necessidade de disputa interna. Se isso não acontecer, César defende a realização de prévias e ponderou que a situação não se trata de uma exclusividade do partido em Mato Grosso. “Em Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Roraima pode acontecer o mesmo. O partido é democrático e não acredito em candidatura natural”, disparou, referindo-se ao argumento da senadora Serys de que, naturalmente, deveria concorrer à reeleição com o apoio da legenda.

O deputado - que deixa a Assembleia Legislativa no fim do mês para dar lugar ao titular da vaga, Ságuas Moraes – fortaleceu o discurso pró-Abicalil se posicionando contra reeleição ao cargo de senador.