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Quinta - 11 de Março de 2010 às 05:08
Por: Renê Dióz

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Sol Manzutti/DC
Família segue para casa depois de 48 dias de rotina hospitalar. Gêmeas voltam para SP em abril para exame
Família segue para casa depois de 48 dias de rotina hospitalar. Gêmeas voltam para SP em abril para exame

Retornam hoje a Mato Grosso as gêmeas siamesas Keroly e Kauany, nascidas há 48 dias no Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM) unidas pela bacia. Elas foram internadas ainda em fevereiro no Instituto da Criança, em São Paulo, porque só se alimentavam via intravenosa por não possuírem saída para o bolo fecal (ânus). Lá, elas finalmente passaram por uma cirurgia que agora as possibilita mamar e evacuar normalmente.

De volta à cidade dos pais, Vale do São Domingos (a 491 quilômetros de Cuiabá, com cerca de 3 mil habitantes), as gêmeas devem ganhar mais peso até poderem se submeter a uma tomografia que identificará quais órgãos internos elas efetivamente dividem – até o momento, sabe-se que compartilham pelo menos intestino grosso, bexiga e genitália. Segundo a mãe, Selma Gonçalves Maurício Miranda, 31 anos, elas pesam pouco mais de cinco quilos e precisam de mais dois para poder receber com segurança a anestesia e, aí passar pelo procedimento. Elas retornam a São Paulo no dia 13 de abril.

Somente depois disso os médicos do Instituto devem estudar mais a fundo a possibilidade de separá-las. No entanto, Selma relata que alguns acenam positivamente para a separação, à qual seguiriam outras intervenções cirúrgicas como o implante de prótese de pernas (uma para cada) e reconstituições dos órgãos.

A separação, entretanto, será avaliada com vistas à posterior qualidade de vida das meninas e considerando os riscos envolvidos no procedimento. “Que seja feita a vontade de Deus, mas se tiver riscos, prefiro que elas vivam assim, do que não viverem”, comenta a mãe.

Mas mesmo depois de toda a tensão vivida desde a gravidez, que foi de risco, Selma se anima pelo simples fato de as meninas já poderem se alimentar via oral e sem problemas para evacuar. Por compartilharem o intestino grosso, antes da cirurgia de criação de uma saída, elas estavam propensas a acumular o bolo fecal no organismo.

Os próximos dias serão os primeiros nos quais Selma sairá do estresse de viver em hospitais por conta de um caso tão raro na medicina. A família chegou a apelar para solidariedade das pessoas pedindo doações para viajar a São Paulo e para prover o aparato especial para a qualidade de vida das gêmeas.






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