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Quarta - 10 de Março de 2010 às 23:49
Por: Sandra Costa

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Representantes de 52 entidades governamentais e não-governamentais estiveram reunidas na manhã desta quarta-feira (10), no auditório do Fórum da Comarca de Cáceres (a 210 quilômetros de Cuiabá), para a implantação da Rede de Atenção Integral às Crianças, Adolescentes, Mulheres e Idosos em Situação de Violência do município. Entre elas, está a Sala da Mulher da Assembleia Legislativa, que aderiu a iniciativa.

A audiência contou com a presença de aproximadamente 100 pessoas e foi proposta pelo juiz de Direito da Comarca Geraldo Fidelis, diante dos altos índices de violência registrados. O objetivo é elaborar ações em rede para a defesa dessas pessoas, com base em um trabalho de sensibilização junto à comunidade.

A coordenadora da Sala da Mulher, Janete Riva, participou da reunião e destacou que a rede de defesa trará resultados positivos. “Nada melhor que essa integração entre todos os segmentos organizados para dar um basta contra a violência contra mulher e idoso, e principalmente, criar um sistema de proteção as nossas crianças, que são vítimas de abusos indiscriminados. É um momento único para Cáceres”, declarou Janete.

Na oportunidade, o juiz Geraldo Fidelis fez uma explanação sobre o funcionamento da rede, bem como pontuou as ações necessárias. Uma delas, é o trabalho articulado de profissionais de diversas áreas. “Temos registros de dois a três casos por dia de denúncia de abusos, mas acreditamos que seja quatro vezes maior o número de casos. Precisamos da participação da Unemat para que seja realizado um estudo sobre a violência doméstica”, sugeriu.

O juiz da Vara da Infância e Juventude de Cáceres, Luiz Octávio Sabóia Ribeiro, apontou que em Cáceres tem problemas graves com relação ao consumo de drogas. Conforme o magistrado, o fato do município estar localizado próximo a fronteira seca, que é extensa, facilita o tráfico de drogas. Nesse sentido, entende ser necessário um trabalho reforçado na área de saúde mental. “As drogas geram todo tipo de conflito, de mazelas, que potencializam os problemas familiares bem como a violência doméstica. A partir disso, temos o envolvimento de crianças e adolescentes na prática infracionais e também vítimas de abuso e exploração sexual. E eu não falo só do consumo de drogas químicas, mas também o de bebida alcoólica. Então, esperamos potencializar a capacidade e maximizar os efeitos dessa rede”, afirmou Sabóia.

Roseli Barbosa, esposa do vice-governador Silval Barbosa (PMDB), ressaltou que as crianças, mulheres e idosos são três segmentos que precisam de uma atenção especial, pois em geral são pessoas vitimadas e discriminadas na sociedade. Anunciou ainda que uma das primeiras ações ao assumir o governo no dia 31 de abril será a assinatura do Pacto Nacional de Enfrentamento a Violência Contra as Mulheres e a criação da Superintendência da Mulher. “Vamos discutir a elaboração de políticas públicas para capacitar às mulheres, pois sabemos que muitas são agredidas pelos próprios companheiros, mas não denunciam. Pois, financeiramente quem mantém a casa é o agressor. Falta-lhes capacitação profissional para que não precisem mais ficar a mercê desse tipo de agressão”, apontou Roseli.

Para a presidente do Conselho Estadual da Mulher, Ana Emília Sotero Brasil, a mudança de mentalidade sobre esses tipos de violência passa pela questão de educação, conhecimento e informação. “Isso vai acontecer enquanto não agirmos de maneira igualitária com nossos filhos e filhas, enquanto a família, a escola e sociedade não estiver integrado nessa ação. E estou feliz por ver aqui representantes do Legislativo, Executivo e do Judiciário, bem como de outras entidades. Acho que essa reunião é o gol de placa para o combate no município”, comemorou Sotero.

No final da reunião, ficou marcado para o dia 23 de março a assinatura da Cooperação Técnica entre todas as entidades que aderirem a rede. Também participaram do evento o vice-prefeito de Cáceres Wilson Kishi, o presidente da Câmara de Vereadores Leomar Mota, presidente do Conselho Municipal  dos Direitos da Mulher, Ana Lúcia Artiga, o promotor de Justiça Luciano Freiria, entre outros representantes da sociedade organizada.






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