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Educação/Vestibular
Quarta - 10 de Março de 2010 às 14:02
Por: Rafael Sampaio

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Julia Chequer/R7
Estudante aguarda o início do Enem em dezembro de 2009
Estudante aguarda o início do Enem em dezembro de 2009

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (10) que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) vai ocorrer apenas no segundo semestre. A nova data ainda será definida pelo MEC (Ministério da Educação).

O ministério havia cogitado realizar a prova semestralmente - projeto que não foi descartado pelo ministro para os próximos anos.

Segundo Haddad, não será possível adotar o Enem semestral em 2010 porque houve atrasos em negociações com o TCU (Tribunal de Contas da União) e com a CGU (Controladoria-Geral da União).

Os dois órgãos foram procurados para definir como serão contratadas as novas empresas que irão cuidar do exame:

- Demorou a negociação com os órgãos de controle a respeito da contratação. O Inep [órgão do ministério responsável pela prova] teve que falar com o TCU e a CGU e apresentar as dificuldades do Enem no que diz respeito a uma licitação tradicional.

O ministro já havia defendido o fim do processo licitatório para o exame, já que a empresa vencedora necessariamente não seria a mais apta para aplicar o Enem.

Haddad mencionou a Cespe (órgão responsável pelo vestibular da Universidade de Brasília e vários concursos) como entidade com competência para sempre cuidar da prova. A citação foi feita em outubro de 2009. Se a instituição assumisse o Enem, não haveria a necessidade de licitação.

Conteúdo

As declarações do ministro foram feitas durante visita à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Haddad afirmou que o Enem vai ter o mesmo nível de dificuldade da última edição, realizada em dezembro de 2009. Também está mantido o plano de cobrar língua estrangeira na avaliação deste ano:

- A prova terá a mesma matriz de conteúdo do último Enem. Não vai haver mudanças, inclusive no que diz respeito à língua estrangeira.

O Sisu (Sistema de Seleção Unificada) pode ser reaberto para universidades que fazem vestibular no meio do ano.

Entretanto, o sistema deve ter novas adaptações, dependendo dos problemas que surgirem. A nota dos candidatos que estará disponível para estes processos seletivos será a da última edição do Enem:

- As instituições podem propor alterações, como propuseram a criação da lista de espera. Ela não estava prevista. [A solução veio porque] verificamos um comportamento inesperado dos alunos, que estavam em busca de aprovação, mas não efetivação da matrícula.

Questionado sobre a sobra de oportunidades no sistema - quase metade das vagas abertas no início do Sisu foram de novo ofertadas na terceira rodada -, o ministro foi evasivo:

- Os alunos com quem conversei saudaram o sistema, o acham muito engenhoso e inteligente.

Histórico

Desde que foi criado, em 1998, o Enem é aplicado uma vez ao ano, sempre no segundo semestre.

Após o vazamento do exame, no início de outubro de 2009, ele foi adiado para os dias 5 e 6 de dezembro. O número de ausentes chegou a 37,7% no primeiro dia de aplicação, o equivalente a 1,5 milhão de candidatos dos 4 milhões inscritos.

Estudantes haviam relatado ao R7 que não fariam o Enem em 2009 porque ele não valeria para os vestibulares da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da USP (Universidade de São Paulo), o que pode ter contribuído para a alta abstenção.

O processo seletivo, que teve alterações neste ano - passou a contar com 180 questões de múltipla escolha em cinco áreas (ciências da natureza, matemática, ciências humanas e linguagens) -, também enfrentou problemas após sua aplicação.

Além de tumultos registrados durante o Enem, o ministério errou na divulgação do gabarito da prova, o que atrasou em várias horas a consulta às respostas corretas.

A primeira rodada do Sisu teve quase 800 mil inscritos. O sistema permitiu que vestibulandos concorressem a vagas em universidades federais usando a nota do Enem, mas muitos encontraram dificuldades de acesso, como confirmou a pasta.





Fonte: do R7

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